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Hollande e Cameron tentam deixar diferenças para trás

Cameron, que, em fevereiro, negou-se a receber Hollande durante a campanha deste último, porque apoiava seu rival, Nicolas Sarkozy

David Cameron e François Hollande: Hollande, que fazia uma visita de um dia, viajou a Londres sem a companheira, Valérie Trierweiler (WPA Pool/ Getty Images)

David Cameron e François Hollande: Hollande, que fazia uma visita de um dia, viajou a Londres sem a companheira, Valérie Trierweiler (WPA Pool/ Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2012 às 16h52.

Londres - O presidente francês, François Hollande, e o premier britânico, David Cameron, esforçaram-se, nesta terça-feira, para superar o começo difícil de sua relação, apesar das divergências envolvendo a Europa, na primeira visita oficial de Hollande à Grã-Bretanha.

Os dois políticos, que nos últimos meses tiveram vários desentendimentos, tentaram mostrar alguma harmonia na entrevista coletiva realizada depois de uma reunião e de um almoço em Downing Street, em que Hollande defendeu "uma Europa com várias velocidades".

"Não estamos na mesma situação. O Reino Unido não pretende se tornar um membro da Eurozona, e não pretende contê-la. E nós não obrigaremos ninguém a se juntar ao bloco", disse o presidente francês, frisando que ambos entendem suas respectivas posições.

Cameron, que, em fevereiro, negou-se a receber Hollande durante a campanha deste último, porque apoiava seu rival, Nicolas Sarkozy, também tentou ver positivamente suas diferenças com o novo inquilino do Palácio do Eliseu, ideologicamente mais distante.

"Sempre haverá temas em que não estaremos de acordo, mas descobrimos muito mais pontos em comum, não apenas envolvendo a política europeia, mas também em como desenvolveremos a política europeia para o Reino Unido e a França", declarou o premier conservador britânico.

Cameron lembrou que "o Reino Unido queria que a Eurozona tivesse uma moeda forte e estável", e que ambos os países apoiaram as medidas tomadas na mais recente reunião de cúpula de Bruxelas para encontrar soluções para a crise da dívida, entre elas a recapitalização dos bancos espanhóis.


Pressionado pela ala mais eurocética de seu partido, o chefe de governo britânico havia se negado a assinar, este ano, o pacto fiscal europeu fechado por 25 dos 27 países da União Europeia para aumentar a estabilidade das finanças britânicas da Eurozona em seu conjunto.

Durante a reunião, em que discutiram outros temas da agenda internacional, os chefes de Estado ressaltaram também a "convergência" de pontos de vista em relação à Síria, e a presença crescente da Al-Qaeda na zona do Sahel.

Hollande foi recebido pelo mais antigo regimento do Exército britânico em sua chegada ao Ministério das Relações Exteriores. A recepção aconteceu menos de um mês depois que Cameron provocou uma grande polêmica na França, quando, na reunião de cúpula do G20, no México, declarou-se disposto a "estender o tapete vermelho" aos exilados fiscais franceses, após o aumento, anunciado por Hollande, do imposto sobre as grandes fortunas.

Depois de Londres, o presidente francês dirigiu-se ao castelo de Windsor, onde foi recebido por uma hora pela rainha Elizabeth II. A reunião, privada, aconteceu em francês, língua que a soberana domina, na residência onde a rainha passa a maioria dos fins de semana e férias.

Hollande, que fazia uma visita de um dia, viajou a Londres sem a companheira, Valérie Trierweiler. Em seu primeiro ato, diante de representantes da numerosa comunidade francesa em Londres, anunciou que retornará em 30 de julho, para torcer por atletas franceses nos Jogos Olímpicos.

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