Síria: o xenófobo Partido pela Liberdade (PVV) tinha insistido para a Holanda se envolver militarmente na Síria (Abdalrhman Ismail / Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2016 às 11h31.
Bruxelas - A Holanda deve ser o próximo país a se somar a coalizão internacional bombardeia alvos do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria, depois de os trabalhistas darem nesta terça-feira sinal verde aos ataques aéreos, alcançando assim maioria parlamentar à proposta.
O partido trabalhista Pvda, que faz parte da coalizão do governo do primeiro-ministro holandês, o liberal Mark Rutte, se disse de acordo em estender os bombardeios à Síria, informou a agência "ANP".
Até agora a Holanda mantinha quatro caças F-16 em bases jordanianas que realizavam ataques no Iraque contra esse grupo terrorista.
O xenófobo Partido pela Liberdade (PVV), liderado por Geert Wilders, tinha insistido para a Holanda se envolver militarmente na Síria.
Segundo a "ANP", o governo holandês deverá tomar uma decisão a respeito na próxima sexta-feira.
Rutte tinha pedido para serem "muito cautelosos" ao tomar uma decisão de atacar o EI na Síria embora seu partido, o VVD, já estivesse reivindicando estender a esse país as ações já realizadas no Iraque, enquanto os trabalhistas se mostravam mais cautelosos e reivindicavam um plano para o futuro sírio antes de bombardear o país.
Após os atentados de 13 de novembro em Paris, a França apelou à defesa coletiva de seus sócios na União Europeia (UE), invocando um artigo dos tratados comunitários, enquanto Estados Unidos, que lidera a coalizão internacional que combate o EI no Iraque e na Síria, pediu mais esforços dos países envolvidos de alguma maneira nessa luta, o que inclui a Holanda.
O ministro holandês de Relações Exteriores, Bert Koenders, afirmou em dezembro que, após os ataques na capital francesa, a decisão da França e do Reino Unido de intensificar sua intervenção na Síria haviam "mudado as tornas".
Ele disse na época que a Holanda tinha que estudar qual poderia ser seu "valor agregado" na resposta internacional aos terroristas nesse país.