Velas acesas junto com bandeiras do Chile na mina San José (Rodrigo Arangua/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2010 às 13h01.
Brasília - As histórias sobre os 69 dias em que 33 mineiros ficaram soterrados a 700 metros de profundidade, na Mina San José, no Chile, devem virar dois livros. Um deles, que ficará a cargo do mineiro Víctor Segovia Rojas, é o relato detalhado sobre o que passaram os trabalhadores abrigados em um espaço de pouco mais de 50 metros quadrados. O outro livro reunirá os desenhos das crianças, filhas, sobrinhas e netas dos trabalhadores.
Segovia ainda não foi resgatado. A expectativa é que até o começo da tarde ele deixe o abrigo para a superfície. Mas Pedro Segovia, irmão dele, contou que o mineiro preparou uma espécie de diário sobre todos os acontecimentos ocorridos desde que houve o deslizamento de terra, em 5 de agosto, até o primeiro trabalhador resgatado na madrugada de hoje (13). Segundo Pedro, o irmão quer transformar o diário em livro. As informações são da rede de televisão estatal do Chile, a TVN.
Paralelamente, as famílias dos mineiros, com apoio das autoridades chilenas, querem que os desenhos feitos pelas crianças - que viveram os últimos dois meses no Acampamento Esperança - também virem livro. Nos desenhos, repletos de bandeira do Chile, palavras de otimismo, representações da família e de heróis.
Há cerca de dois meses, crianças e adolescentes, com idades de 6 a 16 anos, frequentam uma escola improvisada no acampamento. A decisão de criar o colégio provisório foi tomada pelas autoridades chilenas para diminuir o estresse entre as crianças e os adolescentes.
Nos últimos dias, os alunos foram orientados, em detalhes, sobre como ocorreria o resgate. Atentos, perguntaram sobre os riscos e os cuidados para prevenir tragédias. Para evitar surpresas, os médicos estão de plantão no momento de resgate de cada trabalhador. Ao chegar à superfície, o mineiro é examinado e depois encaminhado ao hospital. Todos usam um macacão especial e óculos.
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