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Hillary se diz "herdeira" de Obama em debate de democratas

Hillary defendeu a continuidade do Obamacare e disse que a proposta de Sanders para a saúde colocaria em risco uma das principais bandeiras da gestão democrata


	A pré-candidata democrata, Hillary Clinton: ela defendeu a continuidade do Obamacare e disse que a proposta de Sanders para a saúde colocaria em risco uma das principais bandeiras da gestão democrata
 (Reuters / Lucy Nicholson)

A pré-candidata democrata, Hillary Clinton: ela defendeu a continuidade do Obamacare e disse que a proposta de Sanders para a saúde colocaria em risco uma das principais bandeiras da gestão democrata (Reuters / Lucy Nicholson)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2016 às 07h46.

Washington - Hillary Clinton se apresentou como herdeira de Barack Obama no debate democrata realizado na noite de quinta-feira e acusou seu adversário Bernie Sanders de fazer críticas ao presidente semelhantes às realizadas pela oposição republicana.

A ex-secretária de Estado também levantou dúvidas sobre o financiamento de algumas das propostas do senador, como a adoção de assistência médica universal nos EUA. "As contas não fecham", afirmou.

Em vários momentos do debate, a ex-secretária de Estado de Obama tentou se vincular ao presidente negro que mantém elevada aprovação dentro de seu partido.

Hillary defendeu a continuidade e ampliação do Obamacare e sustentou que a proposta de Sanders para a saúde colocaria em risco uma das principais bandeiras da gestão democrata.

"Um de nós disputou contra Barack Obama e não fui eu", declarou o senador, lembrando a pré-candidatura de Hillary à Casa Branca em 2008.

Perguntado se estaria impedindo a conquista da presidência dos EUA por uma mulher, Sanders respondeu que sua eventual eleição também teria significado histórico.

"Alguém com a minha trajetória, alguém com as minhas visões, alguém que passou toda sua vida atacando os interesses do grande poder econômico, eu acredito que uma vitória de Sanders seria uma conquista histórica", declarou. O senador seria o primeiro presidente americano a se declarar socialista e o primeiro nascido em uma família judia.

"Eu não estou pedindo para as pessoas me apoiarem porque eu sou uma mulher", retrucou Hillary. "Eu estou pedindo para as pessoas me apoiarem porque creio que sou a pessoa mais qualificada, experiente e pronta para ser presidente e comandante-em-chefe."

Obama é um presidente popular entre os democratas, muitos dos quais defendem a manutenção das políticas implementadas por seu governo.

Ao defendê-lo, Hillary tentou se alinhar com esses eleitores e garantir a vantagem que tem em relação a Sanders na população negra. Os afro-americanos representam quase 30% da população da Carolina do Sul, que realizará prévias democratas no dia 27.

A média das recentes pesquisas de opinião calculada pelo site RealClearPolitics coloca Hillary na liderança no Estado com 62% das intenções de voto, comparados a 33% do senador por Vermont.

No debate, a ex-secretária de Estado lembrou que Sanders chamou Obama de "fraco" e "decepcionante" em 2011. O senador disse que apoiou as políticas do presidente em seus votos como parlamentar.

Na política externa, Sanders questionou a capacidade de julgamento de Hillary em razão do voto que a então senadora deu em 2002 a favor do início da Guerra do Iraque -à qual ele e Obama se opuseram.

"Eu não acredito que um voto dado em 2002 é um plano para derrotar o ISIS em 2016", respondeu Hillary, em referência ao Estado Islâmico.

A ex-secretária defendeu sua habilidade em tomar decisões lembrando da recomendação que deu a Obama para autorizar a operação de captura de Osama Bin Laden, em 2011. "Aquela foi uma decisão muito difícil", lembrou. "Eu sugeri que nós avançássemos."

Sanders criticou as ações americanas em favor de mudanças de regime no Oriente Médio. O senador criticou especificamente a derrubada do ditador Muammar Gaddafi na Líbia, articulada pelos EUA e a então secretária de Estado Hillary Clinton e países aliados. "Isso abriu um vácuo político. O ISIS entrou e agora ocupa território significativo na Líbia."

O mais forte ataque aos republicanos partiu de Hillary, que mirou em Donald Trump e sua proposta de barrar a entrada de muçulmanos nos EUA.

Segundo ela, a retórica anti-islâmica do líder das pesquisas republicanas é uma ameaça à segurança do país, na medida em que reduz as possibilidades de cooperação com essa comunidade no combate ao terrorismo.

"Você não pode dizer para nações muçulmanas que você quer que eles sejam parte de uma coalizão quando você tem um candidato à presidência dos Estados Unidos que insulta sua religião."

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