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Hillary ganha na votação antecipada e Trump confia no dia 8

Já votou 40% do eleitorado que espera-se que compareça às urnas em 37 dos 50 estados onde as eleições já estão em andamento

Hillary: os dados refletem um crescimento da participação em relação a 2012 e uma tendência favorável a Hillary (Brian Snyder/Reuters)

Hillary: os dados refletem um crescimento da participação em relação a 2012 e uma tendência favorável a Hillary (Brian Snyder/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de novembro de 2016 às 17h11.

Washington - A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, está vencendo a votação antecipada em uma dúzia de estados de seu rival, o republicano Donald Trump, que confia em conseguir uma maior participação de seus apoiadores durante a jornada eleitoral de 8 de novembro.

Já votaram 36 milhões das 46 milhões de pessoas (40% do eleitorado) que espera-se que compareçam às urnas em 37 dos 50 estados dos EUA onde as eleições já estão em andamento, segundo as projeções desta sexta-feira do professor da Universidade da Flórida, Michael McDonald, um prestigiado especialista em votação antecipada.

Os dados refletem um crescimento da participação em relação a 2012 e uma tendência favorável a Hillary, que conseguiu uma vantagem significativa nos decisivos estados de Nevada, Colorado e Flórida graças ao forte apoio recebido por dezenas de milhões de latinos.

As melhores notícias para a ex-secretária de Estado vêm de Nevada, um dos estados mais disputados neste pleito e onde os democratas superam os republicanos em quatro pontos, segundo os últimos dados divulgados hoje pelas autoridades estaduais.

Precisamente, o desponte de eleitores latinos em nível nacional se deixou ver na cidade de Arlington, no norte da Virgínia, um estado onde as pesquisas dão a vitória a Hillary.

"Estamos vendo muitos latinos, muitos mais que na vez anterior em 2012", disse à Agência Efe Wesley Macadame, que ajuda a organizar as eleições em Arlington desde 1996 e que, nesta ocasião, viu crescer a afluência de eleitores latinos porque estes se registraram em maior quantidade.

Os Estados Unidos são um dos poucos países do mundo onde os cidadãos têm que registrar-se anteriormente para poder votar, ao invés de que as autoridades sejam as encarregadas de elaborar uma lista de pessoas com capacidade de exercer seu direito ao voto.

"Vimos mais gente votando de maneira adiantada, mais gente vem votar antes ou vota pelo correio, parece que se decidiram já em agosto", considerou Macadame, que calculou que 12.000 pessoas votaram em Arlington, uma cidade de mais de 229.000 habitantes, predominantemente democrata e próxima à capital dos EUA.

Apesar da vantagem de Hillary, a corrida segue apertada devido ao forte apoio do milionário no meio oeste industrial e também pela queda no número de eleitores afro-americanos, que estão comparecendo às urnas em menor proporção que em 2012 quando votaram para reeleger Barack Obama, seu primeiro presidente negro.

Uma menor participação dos afro-americanos poderia prejudicar Hillary na Carolina do Norte, um dos estados "indecisos" disputados por democratas e republicanos e onde as minorias poderiam dar a vitória à democrata, enquanto a população branca parece optar por Trump.

O voto afro-americano também é ouro para Hillary em estados-chave como Flórida, onde a participação negra caiu mais de quatro pontos ao passar de 15,9% em 2012 para a 11,7% atual, segundo dados divulgados esta semana pela emissora "ABC".

"Há uma diferença geracional", afirmou à Efe Chester Chandler, afro-americano de 62 anos que acredita que os jovens não entendem da mesma forma as eleições porque não lembram a luta do movimento dos direitos civis que consagrou o direito ao voto no anos 60.

"Meu pai teria hoje 112 anos e gostaria que eu votasse, sempre quis que eu votasse, me dizia que meu voto contava", destacou Chandler, que já votou em Hillary em Arlington.

Os analistas consideram possível que, nestas eleições, 40% do eleitorado vote de maneira antecipada, uma opção que cada vez mais estados oferecem e pela qual optaram 31,6% dos americanos em 2012, um número que já havia representado um aumento com relação ao 29,7% de 2008.

Por sua natureza, o voto antecipado será em princípio favorável a Hillary porque o eleitor mais prevenido costuma ser democrata e participar de forma ativa na política, segundo Sean Trende, especialista no sistema eleitoral dos Estados Unidos e autor do livro "A maioria perdida".

Este especialista adverte que poucos republicanos votam de forma adiantada e que, por isso, é perigoso equiparar as tendências do voto antecipado com os resultados da jornada eleitoral.

De fato, os democratas puseram todos seus esforços em fomentar o voto antecipado, sobretudo entre os jovens e as minorias, enquanto Trump confia que seus eleitores compareçam em massa às urnas no próprio dia 8 de novembro.

Por via das dúvidas, Trump lembrou aos eleitores que podem mudar a direção de seu voto antecipado em estados como a Pensilvânia devido à nova investigação anunciada pelo FBI relacionada com o uso que Hillary fez de servidores privados de e-mail quando era secretária de Estado (2009-2013).

Essa investigação causou um grande rebuliço político e há críticos que pensam que a polícia federal americana deveria ter divulgado suas descobertas muito antes, e não quando as eleições já estão avançadas e muitas pessoas já depositaram seus votos.

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