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Hillary critica promessas irrealizáveis de Sanders em debate

Os dois aspirantes se dirigiram diretamente à comunidade negra, um voto chave para os democratas à medida que a campanha se dirige a estados mais diversos


	Debate: os dois aspirantes concordaram sobre o tema racial, com Hillary denunciando o "racismo sistêmico" que persiste na polícia
 (Jim Young / Reuters)

Debate: os dois aspirantes concordaram sobre o tema racial, com Hillary denunciando o "racismo sistêmico" que persiste na polícia (Jim Young / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2016 às 10h21.

Dois dias após ser derrotada em New Hampshire, Hillary Clinton buscou nesta quinta-feira retomar a dianteira diante de seu rival Bernie Sanders, durante o sexto debate das primárias do Partido Democrata, denunciando como fantasiosas as propostas do senador.

Os dois aspirantes se dirigiram diretamente à comunidade negra, um voto chave para os democratas à medida que a campanha se dirige a estados mais diversos: Nevada, no oeste dos Estados Unidos, celebra um caucus (assembleia eleitoral) no dia 20, e Carolina do Sul, no sul do país, tem primárias no dia 27.

"Não devemos fazer promessas que não podemos cumprir", afirmou Hillary durante o debate na Universidade de Wisconsin da cidade de Milwaukee (norte), divulgado pela rede PBS.

Os dois aspirantes concordaram sobre o tema racial, com Hillary denunciando o "racismo sistêmico" que persiste na polícia e na justiça e Sanders lamentando a alta proporção de negros nas prisões (1 em cada 4) como "uma das grandes tragédias" do país.

No entanto, discordaram sobre o sistema de saúde pública: Hillary criticou o custo exorbitante da proposta de Sanders.

"Lutei toda a minha vida para garantir que a cobertura de saúde seja um direito para todas as pessoas", disse Sanders, que se define como um "democrata socialista".

"Todos os economistas de esquerda que analisaram isso dizem que os números não fecham", respondeu Hillary. "E esta é uma promessa que não pode ser cumprida", acrescentou.

Ex-senadora e ex-secretária de Estado do primeiro governo de Barack Obama, Hillary tenta convencer os eleitores de que defende os mesmos objetivos "progressistas" - saúde, educação, igualdade salarial - de Sanders, mas que é a única capaz de tomar as medidas pragmáticas para resolver os problemas a partir da Casa Branca.

No entanto, com um apertado segundo lugar em Iowa (0,3 ponto abaixo de Hillary) e uma vitória esmagadora por 22 pontos em New Hampshire na terça-feira, foi Sanders, que convoca a uma revolução política, que se converteu no herói da juventude democrata com sua denúncia de uma "economia fraudada".

Hillary Clinton se referiu na quinta-feira ao tema da "economia fraudada", mas acrescentou a ele uma dimensão maior, prometendo derrubar todas as barreiras que atingem as minorias, especialmente os negros e os latinos, em assuntos de emprego, habitação, educação e sobretudo justiça e polícia.

"Nossa campanha indica que o povo americano está cansado das políticas e a economia do 'establishment'. Querem uma revolução democrática", disse Sanders.

"Brigando por cada voto"

Hillary elogiou a presidência de Barack Obama e se apresentou como sua natural herdeira. Em Nevada e Carolina do Sul espera se beneficiar da coalizão de eleitores latinos e negros que apoiou Obama em 2008.

Sanders, que quer afastar o voto afrodescendente do lado de Hillary, especialmente na Carolina do Sul, onde 55% dos eleitores democratas são negros, participou da discussão sobre minorias ao propor reformar o sistema de justiça e acabar com a desproporcional vigilância policial de setores com populações negras.

Mas também tentou ampliar sua base.

"Estamos brigando por cada voto que possamos ter, de mulheres, homens, heterossexuais, gays, negros, latinos e asiáticos", afirmou o senador de 74 anos.

A difícil batalha do senador ficou evidente na quinta-feira quando o grupo de apoio à bancada de congressistas negros na Câmara de Representantes ofereceu seu apoio a Hillary, descrita por eles não apenas como a aspirante com a maior experiência, mas alguém que defendeu durante décadas os direitos das minorias.

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