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Hillary e Bernie Sanders debatem setor financeiro dos EUA

A questão de como controlar as companhias do setor financeiro permanece como uma divergência significativa entre os dois democratas


	Setor financeiro: a questão de como controlar as companhias do setor financeiro permanece como uma divergência significativa entre os dois democratas
 (Randall Hill / Reuters)

Setor financeiro: a questão de como controlar as companhias do setor financeiro permanece como uma divergência significativa entre os dois democratas (Randall Hill / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2016 às 08h56.

Washington - Fortes divisões em relação a Washington foram vistas entre Hillary Clinton e Bernie Sanders, no debate entre os pré-candidatos do Partido Democrata dos Estados Unidos realizado na noite de quinta-feira.

Enquanto os pré-candidatos da oposição republicana em geral evitam o assunto, a questão de como controlar as companhias do setor financeiro permanece como uma divergência significativa entre os dois democratas.

O desacordo teve um papel central no debate realizado pela MSNBC em Durham, New Hampshire, dias antes da primária neste Estado, marcada para terça-feira.

Sanders, mais à esquerda da rival, quer dividir os maiores bancos dos EUA e diz que eles cresceram demais e se tornaram muito poderosos, representando muitos riscos para a economia em geral.

"Na minha visão, o modelo de negócios de Wall Street é a fraude", disse o senador por Vermont. Recebendo fortes aplausos, ele acrescentou que nenhum dos altos executivos dos maiores bancos foi para a cadeia após a crise financeira "e isso é o que precisa mudar".

Hillary, ex-secretária de Estado e ex-senadora por Nova York, diz que dividir grandes bancos deve ser um recurso empregado apenas em último caso.

Ela também defendeu seu foco no controle dos riscos para além dos grandes bancos, para incluir o chamado sistema bancário paralelo, algo em que as propostas de Sanders toca de forma menos direta.

Ela pretende impor controles sobre tomadas e concessões de empréstimo para companhias financeiras que não são bancos, como corretoras e fundos de investimentos.

A pré-candidata mostrou-se bem mais preparada para tratar de seus laços com Wall Street que em dias recentes, quando acabou fazendo uma defesa um tanto desajeitada por ter aceitado quase US$ 700 mil por palestras do Goldman Sachs.

"Isso é o que eles ofereceram", disse ela durante um fórum dos candidatos realizado pela CNN na noite de quarta-feira.

Nesta quinta-feira, Hillary disse que advertiu bancos antes da crise sobre problemas no mercado de financiamentos imobiliários (hipotecas) e que pediu que fossem reduzidos os bônus dos executivos, além de apoiar a ideia de um Escritório de Proteção ao Consumidor Financeiro antes de sua criação.

Ela admitiu que poderia ter feito um trabalho melhor ao explicar seu histórico e negou que o fato de ter aceitado falar em troca de dinheiro em grandes bancos tenha mudado suas opiniões.

"Quando eu deixei o posto de secretária de Estado, como muitas ex-autoridades, líderes militares, jornalistas e outros, eu realmente entrei no circuito de palestras", disse ele.

"Eu falei com cardiologistas, falei com a Associação Americana de Camping, falei com vendedores e carro e, sim, eu falei com empresas de Wall Street."

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