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Hillary afirma que perdeu eleições por ciberataque russo

Segundo uma gravação publicada pelo "The New York Times", Hillary disse que sua derrota se deveu, em parte, a antipatias do presidente russo contra ela

Hillary: a democrata comentou que o ataque cibernético não foi só contra sua campanha, mas "contra o país" (Justin Sullivan/Getty Images)

Hillary: a democrata comentou que o ataque cibernético não foi só contra sua campanha, mas "contra o país" (Justin Sullivan/Getty Images)

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EFE

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 18h10.

Washington - A ex-candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, afirmou que sua derrota nas eleições de 8 de novembro se deveu à confluência de dois eventos "sem precedentes": um ataque cibernético da Rússia e a reabertura da investigação do FBI sobre suas comunicações digitais.

Segundo uma gravação publicada nesta sexta-feira pelo jornal "The New York Times", Hillary, que perdeu as eleições para o republicano Donald Trump ao não alcançar o mínimo de 270 delegados necessários no Colégio Eleitoral, disse que sua derrota se deveu, em parte, a "antipatias" do presidente russo, Vladimir Putin, contra ela.

Nessas declarações, feitas nesta quinta-feira em um ato privado de arrecadação de fundos em Nova York, a democrata atribuiu seu fracasso às mudanças entre os eleitores indecisos nos "swing states" na última hora, devido a "fatores sem precedentes que acredito que não podemos ignorar".

Hillary disse que a carta do diretor do Birô Federal de Investigação (FBI), James Comey, que reavivou a polêmica do manejo indevido de e-mails da candidata quando era secretária de Estado a uma semana do pleito foi um dos fatores que modificou o voto dos eleitores em estados-chave, como os do Meio Oeste, Flórida e Carolina do Norte.

"Acredito que isso fez a diferença no resultado", afirmou Hillary na gravação, obtida pelo jornal "The New York Times".

A ex-candidata democrata lembrou que recebeu mais de três milhões de votos a mais que Trump em nível nacional, algo que não foi suficiente para inclinar a balança a seu favor nos estados indecisos com maior número de votos no colégio eleitoral.

O outro fato que inclinou a balança a favor do magnata, segundo a ex-secretária de Estado, foi o "complô sem precedentes dos russos", algo que, segundo opinou, "deveria preocupar a todos os americanos".

Hillary comentou que o ataque cibernético não foi só contra sua campanha, mas "contra o país" e pediu uma investigação profunda no Congresso, porque "o público precisa saber o que aconteceu e para prevenir novos ataques".

A ex-primeira-dama fez eco das informações que indicam que Putin estava ciente e dirigiu pessoalmente "o ataque a nosso sistema eleitoral e a nossa democracia, aparentemente porque tem uma antipatia pessoal contra mim".

Os Estados Unidos têm fortes indícios de que hackers russos se infiltraram nos e-mails de pessoas da campanha de Hillary e do Partido Republicano com a intenção de expor sua estratégia e supostos conflitos de interesses.

Hillary disse que Putin encorajou o ataque por uma "antipatia" pessoal contra ela desde os tempos em que era secretária de Estado (2009-2013) e antes que o líder russo retornasse à presidência do país em 2012.

A ex-secretária de Estado, que se manteve discreta desde sua derrota, comentou que sua relação com Putin piorou desde que emitiu um comunicado condenando a ilegitimidade das eleições parlamentares de 2011, que começaram a consolidar o retorno de Putin ao poder.

Segundo Hillary, Putin a responsabilizou pelos históricos protestos após aquelas eleições contra Putin, algo que considerou que está por trás da decisão de tentar mudar o resultado eleitoral por meio de ataques cibernéticos.

Esses ataques expuseram os e-mails de seus mais próximos colaboradores durante a campanha e contribuíram para reforçar a imagem de uma Hillary no controle dos órgãos do Partido Democrata e em contato com elites políticas e econômicas.

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