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Hidrelétrica de Belo Monte em números

Caso o governo vença os entraves jurídicos, usina será a terceira maior do mundo em capacidade instalada

Rio Xingu, em trecho que percorre o estado do Mato Grosso (.)

Rio Xingu, em trecho que percorre o estado do Mato Grosso (.)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - Em meio às discussões ambientais e jurídicas, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) pode  conduzir nesta terça (20) o leilão que irá, enfim, definir o consórcio responsável pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, que será instalada no Rio Xingu, no Pará. Em seguida, alguns números e informações acerca da hidrelétrica cujo projeto nasceu em meados dos anos 70,  e que renasceu nas pautas do governo com os planos do PAC (Programa de Acerelação do Crescimento). Esta obra será a segunda maior do pacote do governo, ficando atrás apenas da construção do trem-bala que irá ligar São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, até 2015, e cujo valor está orçado em U$11 bilhões.

Localização:
Bacia do rio Xingu, entre os estados do Pará e Mato Grosso. De acordo com a ANEEL, a usina será instalada no município Vitória do Xingu.

Tamanho:
A Usina Belo Monte será a terceira maior do mundo, com capacidade instalada de 11.233,1 Megawatts (MW). Em primeiro está a chinesa Três Gargantas, 22,5mil MW, e em, seguida a Itaipu Binacional, com 14 mil MW.

Geração de Energia:
A capacidade mínima da usina será de 11.233,1 MW, sendo a garantia física de 4.571MW. O Rio Xingu não é um rio de regime perene, o que significa que a vazão da água não é constante, ou seja, a usina irá gerar apenas 40% de sua capacidade total, um aproveitamento 30% menor que a média de outras usinas hidrelétricas brasileiras que operam mais de 3 mil MW.

Tal redução acontecerá temporadas de seca, que duram de 4 a 6 meses, quando a vazão da Belo Monte será de apenas 700 metros cúbicos por segundo (m³/s), entrando em regime de ociosidade e produzirá menos que 3 mil MW. Em períodos de cheia, o volume será de 4 e 8 mil m³/s.

Dados da ANEEL afirmam que,  quando operando em plena capacidade, a usina irá atender à uma demanda de  uma cidade com 26 milhões de habitantes, o equivalente a região metropolitana de São Paulo.

Quem está na disputa:
O leilão será disputado por duas concessionárias:

 - Consórcio Norte Energia: Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), com 49,98%, Construtora Queiroz Galvão S/A, com 10,02%, Galvão Engenharia S/A, com 3,75%, Mendes Junior Trading Engenharia S/A, com 3,75%, Serveng-Civilsan S/A, com 3,75%, J Malucelli Construtora de Obras S/A, com 9,98%, Contern Construções e Comércio Ltda, com 3,75%, Cetenco Engenharia S/A, com 5%, Gaia Energia e Participações, com 10,02%.

 - Consórcio Belo Monte Energia: Andrade Gutierrez Participações S/A, com 12,75%, Vale S/A, com 12,75%, Neoenergia S/A, com 12,75%, Companhia Brasileira de Alumínio, com 12,75%, Furnas Centrais Elétricas S/A, com 24,5%, Eletrosul Centrais Elétricas S/A, com 24,5%.

Previsão de início das operações:
As operações devem iniciar-se em fevereiro de 2015, e o projeto deve ser concluído até 2019.

Quanto irá custar:
De acordo com o governo, a usina irá custar 19 bilhões de reais, porém os investidores prevêem gastos de até  30 bilhões. A vencedora do Leilão será o consórcio que oferecer o menor lance na relação Megawatts/hora (MWh). O teto máximo, fixado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) é de R$83 por MWh.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) irá  apoiar financeiramente a construção. O órgão divulgou na semana passada as diretrizes que irão nortear as condições de financiamento. A porcentagem  da operação com participação do BNDES poderá ser de até 80%, a serem pagos em até 30 anos.

Tribos indígenas da região:
Dados do Instituto Socioambiental, instituição sem fins lucrativos que atua em questões dos direitos indígenas, estima que na região da bacia do Xingu vivem 28 etnias indígenas, um total de 20 mil pessoas.
 

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