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Hezbollah rejeita mediação dos EUA em disputa com Israel

"Os EUA não são um mediador honesto, já que ameaçam o Líbano o invés de mediar. Devemos estar unidos e mostrar a nossa coragem", disse o líder do grupo

Hezbollah: "Não faremos nenhuma concessão e dizemos que se não cumprirem com o que demandamos, o Hezbollah lançará um ataque contra Israel", disse o líder do grupo, Hassan Nasrallah (AFP/AFP)

Hezbollah: "Não faremos nenhuma concessão e dizemos que se não cumprirem com o que demandamos, o Hezbollah lançará um ataque contra Israel", disse o líder do grupo, Hassan Nasrallah (AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 19h09.

Beirute - O chefe do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, rejeitou nesta sexta-feira a mediação americana na disputa fronteiriça entre o Líbano e Israel e afirmou que seu país deve ter uma "postura firme" diante ambos.

"Os EUA não são um mediador honesto, já que ameaçam o Líbano o invés de mediar. Devemos estar unidos e mostrar a nossa coragem. Não faremos nenhuma concessão e dizemos que se não cumprirem com o que demandamos, o Hezbollah lançará um ataque contra Israel", disse Nasrallah em discurso televisionado.

Nasrallah afirmou que os jazidas de hidrocarbonetos que ficam nas águas limítrofes "pertencem a todos os libaneses" e circunscreveu a disputa fronteiriça no marco de uma guerra regional liderada pelos EUA pelo petróleo e pelo gás.

"Aparentemente toda a região entrou na luta pelo petróleo e o gás e ninguém deve ver a disputa israelense-libanesa como uma disputa separada", afirmou.

Além disso, disse que "não se deve permitir aos diabos norte-americanos dividir as fileiras internas", aludindo à mediação empreendida pelo secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, que visitou ontem Beirute, e que foi acolhido de forma díspar entre os partidos da coalizão de governo.

A mediação de Washington foi bem recebido pelo primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, mas hoje foi rejeitada plenamente pelo presidente do Parlamento, Nabih Berri, que qualificou de "inaceitável" a proposta americana.

Segundo um comunicado de seu escritório de imprensa, Washington propôs tentar a disputa "através do comitê de 1996", como é conhecido o grupo integrado pelos EUA, França, Síria, Líbano e Israel, que foi formado com o objetivo de proteger os civis ao término da operação israelense " Uvas da Ira ".

Os EUA consideram terrorista o Hezbollah e ontem Tillerson disse que não faz distinções entre as milícias do grupo xiita e o seu braço político, que integra a coalizão governamental libanesa.

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