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Hezbollah acusa Israel de matar um de seus líderes

Israel rejeitou estas acusações, e afirmou que não tem nada a ver com isso


	Hassan Hawlo al-Lakis: "A Resistência Islâmica anuncia a morte de um de seus líderes, assassinado perto de sua casa na zona de Hadath", anunciou comunicado
 (AFP)

Hassan Hawlo al-Lakis: "A Resistência Islâmica anuncia a morte de um de seus líderes, assassinado perto de sua casa na zona de Hadath", anunciou comunicado (AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2013 às 11h33.

Beirute - O Hezbollah acusou nesta quarta-feira Israel de ter assassinado um de seus líderes perto da capital do Líbano, muito dividido sobre a guerra na vizinha Síria, onde o movimento xiita libanês apoia o regime.

Israel rejeitou estas acusações, e afirmou que não tem nada a ver com isso.

"A Resistência Islâmica anuncia a morte de um de seus líderes, o mártir Hassan Hawlo al Lakis, assassinado perto de sua casa na zona de Hadath", a leste de Beirute, anunciou o movimento libanês em um comunicado.

A rede de televisão do partido, Al Manar, afirmou citando informações preliminares que Lakis foi "abatido por vários tiros" depois de ter estacionado no edifício onde vivia, e que o atirador não agiu sozinho.

Segundo o comunicado, Lakis foi morto "quando voltava de seu trabalho" na terça-feira à meia-noite, pouco tempo depois de o chefe do Hezbollah, Hassan Nasralah, ter concedido uma entrevista na televisão.

Hezbollah acusou imediatamente Israel, seu inimigo jurado.

"A acusação direta se dirige naturalmente ao inimigo israelense, que tentou eliminar nosso irmão mártir em várias ocasiões e em vários locais, fracassando até a tentativa de ontem à noite", indicou o comunicado.

"Este inimigo deve assumir toda a responsabilidade e todas as consequências deste crime", acrescentou o Partido de Deus.

O porta-voz do ministério das Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor, reagiu dizendo que estas declarações eram "um reflexo pavloviano do Hezbollah, que lança acusações automáticas antes inclusive de ter podido entender o que ocorreu".


Justificativa da intervenção na Síria

Muitos líderes do Hezbollah foram assassinados desde a criação do partido, com o patrocínio do Irã, nos anos 80, durante a invasão israelense do Líbano. O último remonta a 2008, quando Imad Mughniyeh, principal comandante militar do partido, morreu em um atentado com carro-bomba em Damasco.

O assassinato de Lakis ocorre num momento em que o Hezbollah combate há meses ao lado das tropas do regime sírio de Bashar al-Assad, a quem ajudou a somar várias vitórias contra os rebeldes, em um conflito que se prolonga desde março de 2011 e que custou a vida de 126.000 pessoas.

A decisão do Hezbollah de intervir na Síria apoiando Assad avivou as tensões no Líbano, muito dividido sobre esta guerra.

A formação xiita já foi alvo em julho e agosto de outros dois atentados fatais em seu feudo na periferia sul de Beirute, reivindicados por grupos que diziam agir em resposta ao seu apoio ao exército sírio; e vários ataques na cidade de Trípoli (norte), de maioria sunita, mataram 45 pessoas em agosto.

Durante a entrevista concedida na terça-feira à televisão, Nasrallah defendeu a participação de seu movimento no conflito na Síria, afirmando que combatia para proteger o Líbano dos rebeldes sírios, entre os quais encontram-se jihadistas vinculados à Al-Qaeda.

"Se a Síria cair nas mãos destes grupos armados (rebeldes), qual será o futuro do Líbano?", perguntou Nasrala.

Também acusou a Arábia Saudita de estar por trás do duplo atentado de 19 de novembro contra a embaixada do Irã em Beirute, que deixou 25 mortos e foi reivindicado por um grupo vinculado à Al-Qaeda.

A Arábia Saudita apoia os rebeldes, de maioria sunita, que exigem a saída de Assad.

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