O rio Raganello tem 1 quilômetro de profundidade e paredes de rocha que têm apenas cerca de quatro metros de largura em alguns trechos (Ciro De luca/Reuters)
Reuters
Publicado em 21 de agosto de 2018 às 11h38.
Roma - Bombeiros e equipes de emergência vasculharam nesta terça-feira o leito de um rio que parte de um desfiladeiro correnteza abaixo na região italiana da Calábria, onde uma enxurrada repentina na segunda-feira arrastou turistas e matou ao menos 11 pessoas.
Foram resgatadas 23 pessoas depois de serem levadas pela força da água, que arrastou consigo pedras e lama, e muitas estão sendo tratadas em hospitais locais, disse a agência de defesa civil italiana.
Três pessoas que ainda não haviam sido localizadas foram encontradas, por isso não há ninguém considerado oficialmente desaparecido.
"As pessoas que se acreditava desaparecidas foram rastreadas", disse o Corpo de Bombeiros no Twitter.
Mas buscas preventivas continuam sendo feitas para encontrar pessoas que podem ainda estar lá, já que o desfiladeiro é aberto ao público em geral e os visitantes não precisam se registrar.
"Como ninguém acompanha o número de pessoas no desfiladeiro em determinado momento, ainda não podemos descartar que alguém mais estivesse lá", disse Piefrancesco Demilito, da agência de defesa civil.
O rio Raganello, parte do Parque Nacional Pollino, atravessa o desfiladeiro estreito, que tem 1 quilômetro de profundidade e paredes de rocha que têm apenas cerca de quatro metros de largura em alguns trechos.
Dezenas de pessoas exploravam o desfiladeiro quando uma tempestade provocou uma chuva forte correnteza acima e o cânion estreito afunilou o escoamento, criando uma parede de água e detritos que arrastou alguns turistas e fez outros correrem em busca de terrenos mais elevados.
Meteorologistas haviam alertado para a possibilidade de chuvas intensas na área.
A agência de defesa civil revisou o saldo de mortes de 11 para 10, já que o número maior havia sido anunciado por engano na manhã desta terça-feira.
Todas as vítimas eram italianas, disse Demilito. Alguns corpos foram encontrados correnteza abaixo, a vários quilômetros de distância do local em que estavam quando a enchente os atingiu.
Esquadrões de agentes de resgate usaram refletores durante operações de busca de resgate noite adentro, e helicópteros decolaram assim que o dia nasceu.
O desastre ocorreu pouco depois do desmoronamento de uma ponte no norte italiano que matou 43 pessoas.
"Nosso país inteiro está profundamente triste com esta nova tragédia que causou mortes e ferimentos no Parque Pollino", disse o presidente italiano, Sergio Mattarella, em um comunicado.