Angela Merkel, chanceler alemã: porta-voz da chanceler rejeitou vincular a missão do helicóptero com os documentos de espionagem (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2013 às 11h50.
Berlim - O Governo alemão confirmou nesta segunda-feira que seus serviços de inteligência encarregaram um helicóptero da polícia de sobrevoar o consulado dos EUA em Frankfurt, iniciativa não aceita pela embaixada americana ao considerá-la um ato de espionagem.
Em entrevista coletiva, o porta-voz de Chancelaria, Steffen Seibert, não ofereceu detalhes sobre o objetivo da missão, embora tenha deixado claro que os serviços secretos atuaram dentro de suas competências e conforme a lei.
Segundo a revista "Focus", que antecipou ontem o incidente com os EUA, o helicóptero sobrevoou em duas ocasiões e baixa altura as instalações do consulado para fotografar tanto o edifício como as antenas colocadas no recinto, supostamente utilizadas pela Agência Nacional de Segurança (NSA) americana para espionar comunicações na Alemanha.
A missão aconteceu em 28 de agosto e, segundo publicou hoje o jornal "Frankfurter Allgemeinen Zeitung", foi ordenada diretamente pela Chancelaria.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Andreas Peschke, disse que não recebeu nenhuma nota formal de protesto por parte dos EUA, como a "Focus" tinha publicado, mas reconheceu que houve uma "troca de informações" sobre o ocorrido por via telefônica com a embaixada dos Estados Unidos em Berlim.
O sobrevoo do consulado de Frankfurt aconteceu depois que o ex-analista da NSA Edward Snowden revelou a existência de uma suposta espionagem em massa por parte dos EUA, com a Alemanha como um de seus alvos prioritários.
Segundo documentos publicados pela imprensa alemã, a NSA contava com um serviço especial de espionagem com sedes, entre outros lugares, em Frankfurt e Viena.
O porta-voz da chanceler, Angela Merkel, rejeitou vincular a missão do helicóptero com os documentos de Snowden, mas reiterou que o Governo alemão leva "muito a sério" as informações publicadas.
Neste contexto, o porta-voz lembrou a aposta do Governo da Alemanha para aprovar uma legislação de proteção de dados em nível europeu, passo prévio para negociar uma regulação internacional.