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Harvard processa governo Trump por bloquear matrícula de estudantes internacionais

Universidade acusa administração de violar direitos constitucionais ao revogar certificado que permite a presença de mais de 7 mil estrangeiros no campus

Harvard: universidade processa presidente dos EUA  (Maddie Meyer/Getty Images)

Harvard: universidade processa presidente dos EUA (Maddie Meyer/Getty Images)

Publicado em 23 de maio de 2025 às 09h57.

Última atualização em 23 de maio de 2025 às 09h58.

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A Universidade Harvard entrou com uma ação judicial contra o governo de Donald Trump após a revogação de sua certificação no programa Student and Exchange Visitor, que permite a matrícula de estudantes internacionais.

A medida, anunciada na última quinta-feira, impede a instituição de aceitar novos alunos estrangeiros e obriga os atuais a transferirem-se ou perderem seu status legal nos Estados Unidos.

A universidade afirma que a ação viola direitos garantidos pela Primeira Emenda e pelo devido processo legal.

Em nota, o presidente de Harvard, Alan Garber, classificou a decisão como “ilegal e injustificada” e alertou para o impacto negativo sobre milhares de estudantes e acadêmicos, além de seu efeito desestimulante para universidades americanas que atraem talentos globais.

O Departamento de Segurança Interna informou que o cancelamento do certificado impede Harvard de patrocinar vistos F-1 e J-1 para o próximo período letivo, afetando cerca de 6.800 estudantes internacionais, que correspondem a 27% do corpo discente da instituição.

A medida ocorre em meio a uma disputa que inclui o congelamento de mais de US$ 2,6 bilhões em fundos federais destinados a Harvard, devido a controvérsias sobre a gestão da universidade e exigências governamentais para mudanças em suas políticas de governança e diversidade.

Segundo a ação judicial, Harvard mantém a certificação federal para matrícula de estrangeiros há mais de 70 anos e desenvolveu programas específicos para esse público, investindo milhões na atração dos melhores talentos internacionais.

A suspensão repentina do certificado causa “efeitos imediatos e devastadores” para a universidade e para mais de 7 mil portadores de visto.

Além do impacto financeiro, a decisão compromete dezenas de programas acadêmicos e pesquisas que dependem da presença dos estudantes estrangeiros.

Harvard busca na Justiça a revogação da medida e a garantia do direito de continuar matriculando e patrocinando estudantes internacionais, tema que poderá redefinir o relacionamento entre instituições de ensino superior e governo federal nos Estados Unidos.

A ação tramita na Justiça Federal do Distrito de Massachusetts, sob o número 25-cv-11472, com o título President and Fellows of Harvard College v. Department of Homeland Security.

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