Mundo

Hamas vê polícia na Esplanada das Mesquitas como guerra

Os distúrbios se sucedem na Esplanada desde domingo, quando a polícia israelense atirou na porta principal da Mesquita de al-Aqsa e tomou o controle da área


	Confronto entre muçulmanos e policiais na Esplanada das Mesquitas: lugar sagrado fica em Jerusalém Oriental, reclamado pelos palestinos como capital de seu futuro Estado e ocupada por Israel desde 1967
 (Reuters / Ammar Awad)

Confronto entre muçulmanos e policiais na Esplanada das Mesquitas: lugar sagrado fica em Jerusalém Oriental, reclamado pelos palestinos como capital de seu futuro Estado e ocupada por Israel desde 1967 (Reuters / Ammar Awad)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 10h05.

Gaza - Em um momento de elevação das tensões entre Palestina e Israel, o movimento islamita Hamas qualificou nesta terça-feira de "declaração de guerra" as recentes entradas da polícia israelense na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém Oriental.

O porta-voz do movimento em Gaza, Sami Abu Zuhri, advertiu em comunicado que a comunidade internacional "deve intervir e deter o crime israelense antes que a situação exploda".

"O povo palestino nunca deixará passar este plano israelense", afirmou Abu Zuhri sobre os distúrbios que se sucedem na Esplanada desde domingo, quando a polícia israelense atirou na porta principal da Mesquita de al-Aqsa e tomou o controle da área em um confronto que inclui troca de pedras, fogos de artifício e gás lacrimogêneo, e que deixaram dezenas de feridos palestinos.

O Conselho Nacional Palestino (CNP), órgão legislativo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) no exílio, também condenou os fatos e chamou a atenção para o aumento da violência na região.

"Estas medidas e a bárbara escalada israelense em Jerusalém só podem ser detidas quando chegarem novas medidas e decisões tomadas pelos palestinos, os árabes e os muçulmanos para proteger al-Aqsa", afirmou o Conselho.

A Esplanada das Mesquitas abriga a Cúpula da Rocha e a Mesquita de al-Aqsa (Nobre Santuário em árabe), terceiro lugar da hierarquia muçulmana e primeiro para a tradição judaica, que chama o local de Monte do Templo por ser o lugar dos antigos templos de Jerusalém.

O lugar sagrado fica em Jerusalém Oriental, reclamado pelos palestinos como capital de seu futuro Estado e ocupada por Israel desde 1967, e é fonte frequente de atrito.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas; a Jordânia - que custodia os lugares santos em Jerusalém Oriental, o Egito e a ONU mostraram preocupação com esta nova escalada de tensão que começou há três dias, na véspera do início do ano novo judaico (Rosh Hashaná), data que leva milhares de fiéis à Cidade Antiga.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseHamasIsraelJerusalémPalestina

Mais de Mundo

Ataque aéreo de Israel atinge Beirute e aumenta tensão com o Líbano

Dez anos após desaparecimento de 43 estudantes no México, caso segue sem conclusão

O que é PETN, químico altamente explosivo que pode ter sido usado em pagers do Hezbollah

Novo centro de processamento de minerais vai fazer com que o Canadá dependa menos da China