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Hamas pede que Israel devolva corpo enviado no lugar de Shiri Bibas e anuncia investigação do caso

O grupo se manifestou em um comunicado, afirmando que havia tomado conhecimento da alegação israelense, e que estava investigando o caso 'com total seriedade'

Agência o Globo
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Publicado em 21 de fevereiro de 2025 às 12h44.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2025 às 12h47.

O Hamas solicitou nesta sexta-feira, 21, que Israel envie de volta à Faixa de Gaza o corpo que o grupo terrorista entregou em um caixão, no dia anterior, como sendo da refém israelense Shiri Bibas, mãe que foi sequestrada com seus dois filhos durante o atentado de 7 de outubro de 2023. O grupo admitiu que os restos mortais de Shiri haviam se misturado ao de outros mortos, após as autoridades israelenses afirmarem que uma perícia realizada ainda na quinta identificou que o material genético era de uma pessoa não identificada.

O grupo se manifestou em um comunicado, afirmando que havia tomado conhecimento da alegação israelense e que estava investigando o caso "com total seriedade". Também disseram que o resultado da apuração será apresentado de forma transparente e que não tem interesse de manter o corpo de nenhum dos cativos.

"Nós também apontamos que há a possibilidade de um erro ou sobreposição em relação aos corpos, que pode ter sido causada pelo bombardeio da ocupação [como se refere a Israel] no local onde a família estava com outros palestinos", diz o comunicado.

O Hamas afirma que tanto Shiri quanto seus filhos, Ariel e Kfir, de 4 anos e 10 meses, respectivamente, foram mortos durante um bombardeio israelense. Durante a coreografada cerimônia de entrega dos corpos à Cruz Vermelha, réplicas de bombas de fabricação americana foram colocadas sobre o palco, ao lado dos caixões, com um banner informando que as vítimas teriam morrido em decorrência de um bombardeio.

O Exército de Israel comunicou na noite de quinta-feira que a perícia realizada no Instituto Nacional de Medicina Forense israelense, em Tel Aviv, identificou que o corpo enviado no caixão que seria de Shiri não correspondia a ela ou a nenhum dos reféns em Gaza. Os processos confirmaram as identidades de Ariel, Kfir e do idoso Oded Lifshitz, de 84 anos. O texto diz que as duas crianças "foram brutalmente assassinados por terroristas enquanto estavam em cativeiro em novembro de 2023".

Em uma declaração em vídeo nesta sexta-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Hamas havia enviado o corpo de uma mulher palestina no lugar de Shiri, e classificou o caso como uma "violação cruel" dos termos do acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros por reféns. Netanyahu prometeu fazer o Hamas "pagar" por isso.

"A crueldade dos monstros do Hamas não conhece limites. Eles não apenas sequestraram o pai, Yarden Bibas, a jovem mãe, Shiri, e seus dois filhos pequenos, mas em um ato indescritivelmente cínico, eles não devolveram Shiri junto com seus anjinhos. Em vez disso, eles colocaram o corpo de uma mulher de Gaza no caixão", disse Netanyahu.

O caso da família Bibas causou consternação ao redor do mundo. O casal Yarden e Shiri Bibas foram sequestrados pelo Hamas durante a invasão do kibbutz Nir Oz, uma das comunidades do sul de Israel atacadas durante o atentado terrorista de 7 de outubro. As imagens de Shiri com os dois filhos, sendo tirada de casa com um dos filhos no colo — Kfir era o refém mais novo, com 9 meses quando foi retirado de seu berço.

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