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Hamas liberta mais três reféns após semana de ameaças de fim da trégua com Israel

Os três foram capturados em 7 de outubro de 2023, durante a ofensiva surpresa do movimento islâmico em território israelense

Sasha Trupanov e Sagui Dekel-Chen estão no palco ao lado de militantes palestinos durante a transferência (Eyad BABA / AFP)

Sasha Trupanov e Sagui Dekel-Chen estão no palco ao lado de militantes palestinos durante a transferência (Eyad BABA / AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 15 de fevereiro de 2025 às 08h48.

O movimento islâmico palestino Hamas libertou três israelenses neste sábado, como parte da sexta troca de reféns por prisioneiros com Israel, graças à trégua em vigor na Faixa de Gaza, que estava prestes a ser rompida esta semana.

Seguindo o cronograma previsto, o Hamas entregou Yair Horn, um israelense-argentino de 46 anos, Sasha Trupanov, um russo-israelense de 29 anos, e Sagui Dekel-Chen, um americano-israelense de 36 anos, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

Os três foram capturados em 7 de outubro de 2023, durante a ofensiva surpresa do movimento islâmico em território israelense.

Como em ocasiões anteriores, extremistas do Hamas, encapuzados e armados, levaram os reféns para uma plataforma. Cercados por uma paisagem de ruínas, resultado da campanha militar da reação israelense, eles conversaram brevemente antes de serem entregues à Cruz Vermelha. Minutos depois, o Exército israelense disse que havia recebido os três reféns.

Em troca, Israel deve libertar 369 prisioneiros palestinos no sábado, pouco antes do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, chegar a Israel à noite.

Horn, Trupanov e Dekel-Chen foram sequestrados do Kibutz Nir Oz no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra.

A ação resultou na morte de 1.211 pessoas, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados israelenses. Cs extremistas também sequestraram 251 pessoas, das quais 70 permanecem em Gaza, embora se acredite que 35 estejam mortas, de acordo com o Exército israelense.

Trump adverte que provocará 'inferno' se Hamas não libertar reféns

A ofensiva de retaliação israelense em Gaza devastou o território e causou pelo menos 48.222 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, que a ONU considera confiáveis.

Meses de negociações difíceis mediadas por Catar, Egito e Estados Unidos levaram a um acordo de trégua que entrou em vigor em 19 de janeiro, encerrando mais de 15 meses de combates em Gaza.

No entanto, o cessar-fogo ficou abalado esta semana em meio a acusações de violação do acordo. O Hamas ameaçou adiar a libertação dos reféns programada para sábado, e Israel respondeu com ameaças de retomar a guerra. Por fim, a intervenção do Catar e do Egito permitiu que a situação voltasse ao controle.

Fome e tortura

A preocupação em Israel sobre o estado físico e psicológico dos reféns aumentou esta semana com as declarações do ex-cativo Keith Siegel, divulgadas no início deste mês. Ele falou sobre "condições inimagináveis" de cativeiro, vivendo "em medo constante".

"Cada dia parecia ser o último", explicou o israelense-americano de 65 anos em uma mensagem de vídeo. "Eu estava morrendo de fome e sendo torturado, tanto física quanto emocionalmente".

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse na sexta-feira que estava "muito preocupado com as condições de vida" dos reféns e enfatizou a importância de que as libertações ocorram de maneira "digna".

Na troca de 8 de fevereiro, o Hamas forçou três reféns fisicamente debilitados a acenarem para uma multidão de moradores de Gaza, um número que provocou raiva em Israel.

O Clube dos Prisioneiros, que trabalha para proteger os direitos dos prisioneiros palestinos, também relatou que sete dos libertados foram hospitalizados na Cisjordânia "devido à brutalidade" de sua detenção em Israel.

Até agora, o cessar-fogo permitiu a troca de 24 reféns (incluindo cinco tailandeses) por 765 prisioneiros palestinos. Na primeira fase do acordo, com duração inicial de 42 dias, 33 dos sequestrados devem retornar a Israel.

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