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Hamas e Jihad Islâmica se manifestam em Gaza

Os grupos protestam contra as negociações de paz que israelenses e palestinos mantêm com o apoio do secretário de Estado americano, John Kerry


	John Kerry: à frente da passeata, Mushir Al-Masri, um dos diretores do Hamas na Faixa de Gaza, afirmou que todo o mundo "diz não ao absurdo jogo entre Kerry e Abbas" (Bloomberg)

John Kerry: à frente da passeata, Mushir Al-Masri, um dos diretores do Hamas na Faixa de Gaza, afirmou que todo o mundo "diz não ao absurdo jogo entre Kerry e Abbas" (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 14h44.

Gaza - Centenas de seguidores dos grupos islamitas Hamas - que governa Gaza - e Jihad Islâmica se manifestaram nesta sexta-feira na faixa para protestar contra as negociações de paz que israelenses e palestinos mantêm com o apoio do secretário de Estado americano, John Kerry.

A manifestação coincidiu com a presença em Gaza de enviados do movimento nacionalista Fatah, que ostenta o governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e que participa como interlocutora dos israelenses nas negociações.

Ao grito de "Parem essas absurdas negociações, o povo não quer isso!" ou "Basta de concessões!", os manifestantes marcharam pelas ruas entre bandeiras palestinas, bandeiras verdes do Hamas e pretas da Jihad.

À frente da passeata, Mushir Al-Masri, um dos diretores do Hamas na Faixa de Gaza, afirmou que todo o mundo "diz não ao absurdo jogo entre Kerry e (o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud) Abbas".

"As negociações estão levando a causa palestina a um destino obscuro e estão solapando sua união", ressaltou Al-Masri antes de voltar a exigir ao presidente da ANP que deixe de mirar a Casa Branca e se concentre na reconciliação palestina.

Em seguida, insistiu que a negociação com os israelenses "é tempo desperdiçado" e lembrou "a má experiência com o diálogo que tivemos nos últimos 20 anos, nos quais nossa gente não ganhou nada".

A resistência "deve ser a principal opção dos palestinos para dar fim à ocupação e garantir a liberdade dos prisioneiros", acrescentou.


Khader Habib, membro da Jihad Islâmica, pediu aos manifestantes se unirem "nas fileiras da resistência e contra essas ridículas negociações", em andamento desde julho de 2013 e com o objetivo de pactuar antes do final de abril um acordo marco que sirva como base definitiva para um pacto final que propicie o estabelecimento de um Estado palestino em paz com Israel.

Horas antes da marcha, quatro membros da direção do Fatah, o movimento liderado por Abbas, entraram na Faixa para tentar avançar na reconciliação nacional, necessária para a paz com Israel mas que ainda parece remota.

Procedentes da cidade cisjordaniana de Ramala (onde a ANP tem sua capital administrativa), Nabil Shaath, Jamal Muheisen, Sakher Bseiso e Mohammed Madani cruzaram a passagem de Eretz, que separa israel de Gaza.

"Viemos para conhecer todos os aspectos da difícil vida daqui e para continuar trabalhando com os líderes do Fatah em Gaza na reorganização e na unidade" nacional, disse Shaath aos jornalistas.

Shaath também expressou seu desejo de que a visita sirva para "escutar algo novo e positivo proveniente do Hamas que esteja relacionado a fim de ruptura interna", acrescentou.

"Fatah está aberto a qualquer ideia que possa ajudar a fechar o capítulo da divisão, formar um governo de tecnocratas dirigido pelo presidente Abbas e preparar eleições em um período de seis meses", acrescentou.

A divisão interna palestina se aprofundou por causa da tomada da Faixa de Gaza pelo Hamas em junho de 2007 e a expulsão e perseguição das forças leais ao presidente Abbas.

Desde então, as duas facções majoritárias palestinas tetaram sem sucesso e com diferentes mediadores acabar com suas diferenças, apesar de na prática não implementaram nenhum dos acordos de reconciliação nacional.

Dentro desse esforço, Abbas recebeu na semana passada em Ramala Nasser Al Din Al Sha"er, um dirigente de destaque do Hamas na Cisjordânia, em um encontro incomum destinado a analisar vias para uma possível reconciliação nacional e que o dirigente islamita qualificou de "frutífero e prático". 

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