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Hamas diz estar pronto para acordo com Israel e trégua de 5 anos, segundo agência

Líder da entidade deu declarações à AFP e disse aceitar troca de reféns

Área destruída em Gaza, perto do campo de refugiados de Nur Shams (Zain Jaafar/AFP)

Área destruída em Gaza, perto do campo de refugiados de Nur Shams (Zain Jaafar/AFP)

Publicado em 26 de abril de 2025 às 10h04.

Última atualização em 26 de abril de 2025 às 10h08.

O Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza, está pronto para um acordo que inclua a libertação de todos os reféns mantidos de uma só vez e uma trégua de cinco anos com Israel, afirmou neste sábado (26) um alto dirigente do movimento palestino.

"O Hamas está preparado para uma troca de prisioneiros", reféns israelenses por prisioneiros palestinos, "em uma única operação e para uma trégua de cinco anos", declarou à AFP um alto dirigente, sob condição de anonimato.

Uma delegação do movimento palestino está prevista para se reunir com os mediadores neste sábado no Cairo.

Ainda não está claro se foi o Hamas ou os mediadores egípcios e catarianos que propuseram a ideia de uma trégua longa.

Negociação de cessar-fogo em Gaza

O Hamas, que afirmou ser contrário a um acordo "parcial", rejeitou em 17 de abril uma proposta israelense que previa um cessar-fogo de 45 dias em troca do retorno de dez reféns vivos.

Na visão do acordo "global" que busca, o movimento exige o cessar das hostilidades, a retirada completa das tropas israelenses, a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos e a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Israel, por sua vez, exige o retorno de todos os reféns e o desarmamento do Hamas e de outros grupos armados de Gaza. Este último ponto é uma "linha vermelha" para o movimento.

Como começou o conflito

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque mortal do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, no qual morreram 1.218 pessoas do lado israelense, em sua maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em dados oficiais.

Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 58 continuam retidas em Gaza, das quais 34 estariam mortas, segundo o Exército israelense.

Após o ataque, Israel revidou e invadiu a Faixa de Gaza, onde realiza ações militares há um ano e meio, que destruíram o território e deslocaram centenas de milhares de pessoas.

Uma trégua em vigor de 19 de janeiro a 17 de março permitiu o retorno de 33 reféns, entre eles oito mortos, em troca da libertação de cerca de 1.800 palestinos encarcerados em Israel.

Segundo dados publicados na sexta-feira pelo Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas, ao menos 2.062 palestinos morreram desde que Israel retomou sua ofensiva em 18 de março, elevando para 51.439 o número de mortos no território palestino desde o início da guerra.

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