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Guerra: Hamas diz estar aberto a negociar cessar-fogo com Israel

Moussa Abu Marzouk, um alto funcionário do grupo islâmico, afirmou que está aberto a discutir um possível cessar-fogo

Hamas: alto funcionário do grupo afirma que uma solução negociada pode ocorrer (MOHAMMED ABED/AFP)

Hamas: alto funcionário do grupo afirma que uma solução negociada pode ocorrer (MOHAMMED ABED/AFP)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 9 de outubro de 2023 às 16h22.

Última atualização em 9 de outubro de 2023 às 16h28.

O grupo terrorista Hamas afirmou nesta segunda-feira, 9, que está aberto a discutir uma possível trégua com Israel, horas após ameaçar matar os 100 reféns israelenses caso os ataques na Faixa de Gaza não parassem.

Em entrevista por telefone à rede de notícias árabe Al Jazeera, Moussa Abu Marzouk, um alto funcionário do grupo islâmico, foi questionado se o grupo estava disposto a discutir um possível cessar-fogo. Marzouk disse que está aberto a “algo desse tipo” e a “todos os diálogos políticos”.

Ele também revelou que o Hamas sequestrou “dezenas” de cidadãos com dupla nacionalidade de Israel, incluindo aqueles com cidadania russa e chinesa. A fala do alto funcionário do Hamas acontece em meio a contraofensiva de Israel após os ataques sem precedentes do Hamas no sábado.

Mais cedo, o Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Qassam, braço armado do Hamas, disse em um áudio que o grupo vai matar os civis que estão sendo mantidos reféns em resposta aos bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza. Segundo comunicado, será uma execução para cada bombardeio. Acredita-se que haja cerca de 100 israelenses sendo mantidos reféns na Faixa de Gaza. "Decidimos pôr fim a isto e, a partir de agora, declaramos que qualquer ataque ao nosso povo nas suas casas sem aviso prévio será lamentavelmente confrontado com a execução de um dos civis que mantemos como reféns", disse ele.

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Contraofensiva de Israel

As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram ter feito mais de 500 ataques aéreos e disparos de artilharia contra alvos na Faixa de Gaza. De acordo com os militares israelenses, depósitos de armas, quartéis-generais e plataformas de lançamento de mísseis usadas pelo Hamas e pelo grupo Jihad Islâmica foram atingidos, embora autoridades palestinas afirmem que os bombardeios tenham acertado posições civis. O ministério da Saúde de Gaza informou que o número de mortos chegou a 687 palestinos em Gaza, além de 3.726 feridos.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou que o país está realizando um bloqueio total na Faixa de Gaza, com proibição de entrada de alimentos e águas. Gallant afirmou que as autoridades israelenses vão cortar a eletricidade e bloquear a entrada de alimentos e combustível como parte de “um cerco completo” a Gaza. Mais cedo, o exército israelense afirmou nesta segunda que tem o controle total das cidades do sul de Israel atacadas desde o início da ofensiva do Hamas. “Temos controle total das comunidades”, declarou Hagari. O general esclareceu que “ainda pode haver terroristas na área”. 

O governo de Israel ainda convocou 300 mil reservistas, cerca de 3% da população, em 48 horas para reforçar o exército em meio a guerra contra o Hamas. O general israelense Daniel Hagari afirmou que “nunca se mobilizou tantos reservistas tão rapidamente". Segundo o portal The Times of Israel, esta é a maior mobilização desde a Guerra do Yom Kippur, conflito envolvendo Israel contra Egito e Síria em 1973, quando o país convocou 400 mil reservistas. 

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