Agência de notícias
Publicado em 3 de julho de 2025 às 10h35.
A expectativa de que o acordo de cessar-fogo de 60 dias entre Israel e Hamas — que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta semana que o lado israelense estaria pronto para assinar — prospere aumentou nesta quinta-feira, quando fontes do grupo palestino foram citadas pela mídia árabe dando sinais de que estariam satisfeitos com os termos sobre a mesa.
Após anúncio de Trump sobre tratativa: Hamas diz estar disposto a acordo que leve "ao fim da guerra", e pressão por resolução cresce em Israel.
Outras tentativas diplomáticas mediadas por Estados Unidos, Egito e Catar chegaram a um impasse diante da divergência entre o governo israelense e o grupo terrorista palestino sobre o desfecho do conflito.
O Hamas tem exigido que um acordo inclua o fim definitivo da guerra e a retirada das tropas do Estado judeu de Gaza, enquanto Israel se nega a encerrar sua operação militar sem a aniquilação do grupo responsável pelo atentado terrorista de 7 de outubro de 2023.
Embora a proposta atual não estabeleça um caminho para encerrar o conflito, o jornal saudita Asharq al-Awsat afirmou que o lado palestino teria ficado satisfeito com garantias incluídas na proposta em discussão, que estabeleciam que nenhuma das partes retomaria a luta ao fim do prazo do cessar-fogo, sem que negociações sobre o fim da guerra fossem concluídas.
O formato atual em discussão é similar ao acordo que as duas partes concordaram em janeiro deste ano. O Hamas libertaria um número pré-determinado de reféns, incluindo alguns corpos, em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel durante o cessar-fogo. Em seguida, teria início um período voltado à diplomacia, em que as partes discutiriam termos para encerrar o conflito.
O acordo de janeiro colapsou durante o período de negociações, que na época tratariam também da devolução de militares em cativeiro. Israel abandonou a trégua e voltou a atacar o território palestino, sem que as tratativas progredissem. As garantias que agradaram o Hamas, de acordo com fontes palestinas e israelenses, evitariam exatamente uma retirada unilateral neste momento para negociações continuadas.
Fontes americanas e israelenses afirmam que o governo americano está pressionando o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, a aceitar a proposta atual durante uma viagem oficial a Washington na próxima semana. Internamente, o primeiro-ministro também é alvo de pressões.
A ala mais radical do governo, liderado por siglas nacionalistas e religiosas, deu sinais de estar formando uma frente unificada para barrar na Knesset qualquer proposta de acordo que encerre a guerra, enquanto as siglas da oposição sinalizaram que apoiariam o premier se ele apresentasse termos que encerrassem o conflito e trouxessem os reféns de volta para casa.
Representantes do Hamas estão reunidos com uma delegação do Egito debatendo os termos. De acordo com a imprensa saudita, o grupo terrorista precisa revisar a proposta com outras facções de Gaza antes de apresentar uma resposta oficial. Uma palavra final é esperada para sexta-feira.