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Hamas anuncia cessar-fogo com Israel após nova escalada

Faltando duas semanas para as eleições israelenses, aumenta o clima de tensão na Faixa de Gaza

Palestinos observam base do Hamas que foi destruída por misseis israelenses (Mohammed Salem/Reuters)

Palestinos observam base do Hamas que foi destruída por misseis israelenses (Mohammed Salem/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de março de 2019 às 06h22.

O exército de Israel lançou, nesta segunda-feira, 25, ataques na Faixa de Gaza em resposta ao disparo de um foguete lançado no domingo à noite que atingiu uma casa ao norte de Tel Aviv. Após ataques, o grupo palestino Hamas anunciou um cessar-fogo com mediação do Egito, após horas de intenso confronto, a apenas duas semanas das eleições israelenses.

"Os esforços egípcios tiveram sucesso", alcançando "um cessar-fogo entre a ocupação e as facções da resistência", disse o porta-voz da organização, Fawzi Barhum.

Antes desta declaração, helicópteros israelenses tinham lançado ao menos três ataques no oeste da Faixa de Gaza, contra uma base do braço armado do Hamas. Diversos confrontos foram registrados após o anúncio do cessar-fogo, mas por volta da meia-noite (19h em Brasília) a calma parecia retornar à região.

Os ataques aéreos contra Gaza aconteceram no momento em que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegava à Casa Branca, onde o presidente americano Donald Trump afirmou que "Washington reconhecia o direito de Israel de se defender" e chamou de "ataque desprezível" o disparo de foguete de domingo.

Além disso, Trump assinou um termo reconhecendo a soberania israelense sobre as disputadas Colinas de Golã, uma zona fronteiriça que Israel conquistou da Síria em 1967 e anexou em 1981. "Estávamos preparando isso há muito tempo", afirmou Trump ao lado de Netanyahu.

O reconhecimento dos Estados Unidos do controle israelense sobre as Colinas de Golã rompe com décadas de consenso internacional.

Antes de anunciar a trégua, o Hamas foi taxativo ao negar nesta segunda o disparo o foguete e disse que o movimento islâmico palestino não tem interesse em um confronto com o estado judeu.

"Ninguém dentro dos movimentos de resistência, incluindo o Hamas, tem interesse em disparar foguetes de Gaza contra o inimigo", disse à AFP um alto funcionário do movimento que controla a Faixa de Gaza, e que pediu anonimato.

Essa mesma mensagem foi transmitida ao Egito, que atuou como mediador entre Israel e o Hamas, segundo a fonte.

Fronteira fechada

Um organismo vinculado ao ministério da Defesa de Israel anunciou o fechamento das passagens de fronteira para pessoas e produtos entre Israel e o território palestino. Israel e Hamas protagonizaram três guerras na Faixa de Gaza desde que o movimento islamita assumiu o poder à força em 2007, depois que a comunidade internacional se recusou a reconhecer a vitória do movimento nas eleições legislativas palestinas.

Em 2018, as duas partes quase iniciaram outra guerra. Após um cessar-fogo informal em novembro e, à medida que se aproxima o primeiro aniversário das manifestações que receberam o nome de "grande marcha do retorno", a tensão aumenta.

Ataque a Tel Aviv

A queda do foguete em uma casa de Mishmeret, no norte de Tel Aviv, provocou um incêndio, segundo a polícia e os serviços de emergência.

Quatro adultos e três crianças, incluindo um bebê de seis meses, foram internados, informou o hospital de Kfar Saba. Seis pessoas pertencem à mesma família e sofreram queimaduras e ferimentos leves por estilhaços.

A imprensa israelense mencionou a possibilidade de o foguete, do tipo Fajr, ter sido ativado de maneira acidental durante uma operação de manutenção. Hamas e Jihad Islâmica negaram responsabilidade pelo disparo.

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