Ex-ministro bósnio-croata da Bósnia Herzegovina Jadranko Prlic: segundo os juízes de Haia, crimes não foram atos de alguns soldados indisciplinados (Michel Porro/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2013 às 08h40.
Haia - O ex-líder bósnio-croata Jadranko Prlic foi condenado a 25 anos de prisão nesta quarta-feira por conduzir uma "limpeza étnica", que incluiu assassinatos, estupros e a expulsão de muçulmanos da Bósnia durante a dissolução da Iugoslávia, na década de 1990.
O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, em Haia, também condenou outros cinco acusados, incluindo Slobodan Praljak, ex-ministro-assistente da Defesa croata, a penas de 10 a 20 anos de prisão.
Os juízes disseram que a Croácia, que em 1º de julho vai se tornar a segunda ex-república iugoslava a ingressar na União Europeia, estava envolvida no plano, e que o então presidente Franjo Tudjman acreditava que a limpeza étnica era necessária para criar um Estado etnicamente puro que poderia se juntar à Croácia.
Lendo o resumo de uma sentença com mais de 2.600 páginas, o juiz presidente, Jean-Claude Antonetti, disse que assassinatos, estupros e deportações foram cometidos pelas Forças Armadas do auto-proclamado Estado de Herceg-Bosna, de etnia croata.
"Os crimes não foram atos de alguns soldados indisciplinados", disse ele. "Foram resultado de um plano... para remover permanentemente a população muçulmana de Herceg-Bosna".
Os seis também foram responsabilizados pela destruição da Ponte Velha de Mostar, da era otomano, cujo bombardeio tornou-se símbolo da devastação causada no conflito da Bósnia entre 1992 e 1995.