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Haddad sinaliza nova conversa com Bessent durante reuniões do G20, FMI e Banco Mundial

Ministro afirma que negociações bilaterais com EUA podem avançar em encontros internacionais

Fernando Haddad: ministro da Fazenda participa do programa "Bom Dia, Ministro", da EBC, na manhã de 7 de outubro de 2025.  (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Fernando Haddad: ministro da Fazenda participa do programa "Bom Dia, Ministro", da EBC, na manhã de 7 de outubro de 2025. (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 7 de outubro de 2025 às 10h36.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que uma nova conversa com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, pode acontecer durante as reuniões do G20, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI), nos próximos dias.

"Na verdade, tô indo [para os EUA] porque tem reunião do G20 e tem reunião do Banco Mundial e FMI. Há uma expectativa de algumas conversas bilaterais nesses encontros, agora com essa aproximação desde o encontro na ONU pode ser que nós encontremos espaço para uma nova conversa com Scott Bessent. Eu não sei se vai acontecer", disse o ministro durante sua participação no programa 'Bom dia, Ministro', da EBC.

Continuidade das negociações bilaterais

O ministro destacou que a continuidade das negociações não depende de quem for designado pelos EUA e que os dois presidentes estão determinados a “virar a página” nas relações bilaterais.

"Não vamos mudar estratégia, porque a nossa estratégia está dando certo. Penso que nossa diplomacia vai dar conta disso. Creio que a estratégia vai render os melhores frutos para o Brasil, independentemente de quem seja designado para negociar em nome do governo dos EUA", disse.

Segundo Haddad, o presidente Lula tem buscado diversificar a pauta de exportações para reduzir a dependência brasileira de um único parceiro, com acordos em negociação com a União Europeia, países da ASEAN e aproximação com os EUA.

A reaproximação ocorre em um momento de tensões no comércio internacional, com a guerra tarifária entre Estados Unidos e China impactando exportações brasileiras. O governo vê a distensão com Washington como oportunidade para preservar mercados e atrair novos investimentos em áreas estratégicas, como transição energética e reindustrialização verde.

Agenda econômica doméstica

Haddad também falou sobre temas internos, como o Projeto de Lei nº 1.087/2025, que prevê isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, e a Medida Provisória que altera a tributação de ativos financeiros (IOF).

"O debate acontece, é assim mesmo, acalorado, mas no final do dia a gente chega a um denominador comum", pontuou.

Taxa de juros

O ministro avaliou que a atual taxa de juros está excessivamente restritiva, mas destacou que divergências técnicas entre o governo e o Banco Central são naturais, desde que o debate seja conduzido de forma transparente e civilizada. Segundo ele, o diálogo sobre política de juros é essencial para avaliar seus impactos na economia e pode contribuir para decisões mais equilibradas, promovendo crescimento sustentável e estabilidade econômica.

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