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Hackers chineses miram firmas dos EUA e governo, dizem pesquisadores

Tentativa de invasão teria ocorrido após uma visita da delegação comercial dos Estados Unidos à China neste ano

Hackers: grupo usou computadores na Universidade Tsinghua, na China, para atacar empresas de energia e comunicações dos EUA (Thomas Samson/AFP)

Hackers: grupo usou computadores na Universidade Tsinghua, na China, para atacar empresas de energia e comunicações dos EUA (Thomas Samson/AFP)

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Reuters

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 16h41.

Washington/Londres- Hackers que operam de uma universidade chinesa de elite tentaram invadir empresas norte-americanas e departamentos do governo em busca de oportunidades de espionagem após uma visita da delegação comercial dos Estados Unidos à China neste ano, disseram pesquisadores à Reuters.

A empresa de segurança cibernética Recorded Future disse que o grupo usou computadores na Universidade Tsinghua, na China, para atacar empresas de energia e comunicações dos EUA, bem como o governo do Estado do Alasca, nas semanas antes e depois da missão comercial do Alasca à China. Liderados pelo governador Bill Walker, representantes de empresas e agências de desenvolvimento econômico passaram uma semana na China em maio.

As organizações envolvidas na missão comercial estavam sujeitas à atenção concentrada dos hackers chineses, ressaltando as tensões em torno de uma guerra comercial crescente entre Washington e Pequim.

A China foi o maior parceiro comercial do Alasca em 2017, com mais de 1,32 bilhão de dólares em exportações.

A Recorded Future disse em um relatório a ser divulgado mais tarde nesta quinta-feira que os sites dos provedores de internet do Alasca e do governo foram inspecionados em maio por computadores da universidade que procuravam falhas de segurança, que poderiam ser usadas por hackers para invadir sistemas normalmente bloqueados e confidenciais.

O governo do Alasca foi novamente escrutinado em busca de vulnerabilidades de software em junho, apenas 24 horas depois que Walker disse que levantaria preocupações em Washington sobre os danos econômicos causados ​​pela disputa comercial EUA-China.

Um funcionário da Universidade de Tsinghua, contatado por telefone, disse que as alegações eram falsas.

"Isso é infundado. Nunca ouvi falar disso, então não tenho como dar uma resposta", disse o funcionário, que não quis dar seu nome.

A Universidade de Tsinghua, conhecida como o "MIT da China", está intimamente ligada à Tsinghua Holdings, uma empresa apoiada pelo Estado chinês e focada no desenvolvimento de várias tecnologias, incluindo inteligência artificial e robótica.

O Ministério da Defesa da China não respondeu a um pedido de comentário.

Não está claro se os sistemas alvos foram comprometidos, mas a atividade de varredura altamente focada, extensa e peculiar indica um "sério interesse" em invadí-los, disse Priscilla Moriuchi, diretora de desenvolvimento de ameaças estratégicas da Recorded Future e ex-diretora da Agência Nacional de Segurança do escritório para ameaças cibernéticas da Ásia Oriental e Pacífico.

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