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Há progressos na luta contra doenças tropicais, menos dengue

Segundo a OMS, o motivo para a melhora é o fornecimento regular de medicamentos de qualidade e com custo controlado


	Soldado brasileiro exibe amostra de água contendo larvas do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue: a doença mata milhares de pessoas todos os anos
 (Antonio Scorza/AFP)

Soldado brasileiro exibe amostra de água contendo larvas do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue: a doença mata milhares de pessoas todos os anos (Antonio Scorza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2013 às 18h55.

Genebra - Durante os últimos anos foram registrados grandes progressos na luta contra as doenças tropicais, mas a dengue registra um avanço preocupante e todos os anos mata milhares de pessoas, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado nesta quarta-feira.

"A OMS registrou progressos sem precedentes contra 17 enfermidades tropicais descuidadas, graças a uma nova estratégia global, ao fornecimento regular de medicamentos de qualidade e ao custo controlado e apoiado por inúmeros associados", indica esse relatório.

Duas dessas doenças poderão ser erradicadas em breve: a dracunculíase, também conhecida como a doença do verme da Guiné, e o pian, uma doença da pele e das articulações transmitida por uma bactéria, até 2020, acrescentou a OMS.

Aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo são afetadas por estas 17 enfermidades tropicais.

Este informe, cuja primeira edição foi publicada em 2010, fixa também objetivos para a eliminação de cinco doenças, e objetivos de controle de outros nove males até 2020.

"Com esta nova etapa no combate contra essas doenças, progredimos no caminho de uma cobertura da saúde universal", declarou a dra. Margaret Chan, diretora-geral da OMS.

Segundo ela, atualmente o principal desafio é o acesso aos medicamentos "para as pessoas que precisam deles, quando são necessários".

A indústria farmacêutica doou lotes importantes de medicamentos, acrescentou a OMC.


Em 2010, cerca de 711 milhões de pessoas receberam tratamento para ao menos quatro doenças, de forma preventiva. Trata-se da filariose linfática, da oncocercose (que pode causar cegueira), da esquistossomose, e das helmintíases transmitidas pelo solo.

Nos próximos cinco anos, a OMS fixou como objetivo tratar 235 milhões de pessoas contra a esquistossomose.

Em relação à doença do verme da Guiné, a OMS indica que foram registrados apenas 521 casos entre janeiro e setembro de 2012, ou seja, duas vezes menos que durante o mesmo período de 2011.

Por sua vez, a doença do sono (tripanossomíase) afetou menos de 7 mil pessoas em 2011, em comparação com os mais de 30 mil casos anuais no início dos anos 2000. É conhecida na África como a doença do sono e na América como a Doença de Chagas.

A raiva já havia sido eliminada em vários países, e a OMS tem o objetivo de erradicá-la totalmente em 2020.

Os especialistas da OMS observaram, no entanto, que a dengue progride de forma inquietante, devido às mudanças climáticas e aos grandes movimentos populacionais.

Em 2012, a dengue foi a doença viral que mais progrediu no mundo. Sua incidência se multiplicou por 30 nos últimos 50 anos.

Segundo a OMS, cerca de 2 milhões de casos de dengue anuais foram registrados em 100 países nos dois últimos anos, causando entre 5 e 6 mil mortos.

Durante uma coletiva de imprensa em Genebra, o Dr. Raman Velayudhan da OMS estimou que a dengue era geralmente subestimada no mundo. Segundo ele, há cerca de 50 milhões de casos anuais em todo o planeta, e mais de 20 mil mortes.

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