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Há 'ampla maioria' pela volta de Delúbio, diz petista

Pedido do ex-tesoureiro será avaliado no fim de semana pelo diretório nacional do PT

Emídio de Souza: "O que ele [Delúbio] quer é ter o direito de voltar a militar no projeto em que ele acredita. Não podemos privá-lo disso." (Wikimedia Commons)

Emídio de Souza: "O que ele [Delúbio] quer é ter o direito de voltar a militar no projeto em que ele acredita. Não podemos privá-lo disso." (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2011 às 10h04.

São Paulo - O prefeito de Osasco, na Grande São Paulo, Emídio de Souza (PT), um dos líderes do partido no Estado, afirmou ontem que existe "uma ampla maioria" no PT favorável à volta do ex-tesoureiro Delúbio Soares às bases partidárias. "Não há crime imprescritível", justificou, ao defender o retorno de Delúbio, um dos envolvidos no mensalão petista - suposto esquema de compra de votos parlamentares no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido do ex-tesoureiro será avaliado no fim de semana pelo diretório nacional do partido.

Emídio, que acompanhou Lula no Congresso Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Guarulhos (SP), afirma que Delúbio - desligado da sigla há cerca de cinco anos - não pode ser ignorado pelos antigos companheiros. "Ele prestou grandes serviços ao PT, errou na condução e não errou sozinho, ficou longe da vida partidária. O que ele quer é ter o direito de voltar a militar no projeto em que ele acredita. Não podemos privá-lo disso."

O prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida (PT), concordou com o colega. "Não defendemos nenhum tipo de pena perpétua. Acho que cinco anos fora do partido está mais que pago." Almeida destacou a "importância" de Delúbio na eleição de Lula."Se hoje o PT governa, teve a contribuição dele para que chegássemos no comando da nação."

Outro assunto que será discutido na reunião da agremiação é a situação do presidente nacional da legenda, José Eduardo Dutra, que pode renunciar ao comando do PT. Emídio disse que Lula e a presidente Dilma Rousseff se esforçam para evitar que Dutra deixe o cargo, mesmo com problemas de saúde.

O prefeito de Osasco afirmou que Dutra tem alegado não ter condições de superar a curto prazo seus problemas de saúde. "E ele acha que sua ausência, de certa forma, paralisa o PT, o que ele não quer", disse. Para Emídio, a tendência é que o senador Humberto Costa (PT-PE) assuma o lugar de Dutra, uma vez que os dois pertencem à corrente majoritária do partido.

Eleições municipais

O prefeito de Osasco revelou também que o PT paulista deve procurar fazer uma aliança com o PMDB para as eleições de 2012. Segundo Emídio, o partido deve aproveitar a ida do deputado federal Gabriel Chalita (hoje no PSB) para o PMDB a fim de negociar a aliança. "Acho ideal aproveitar essa nova configuração do PMDB, aproveitar o Chalita, que já apoiou a Dilma, e fazer disso um movimento para juntar forças em São Paulo."


Emídio deixou claro que a ideia ganha força no diretório estadual e que a meta é reproduzir em São Paulo a aliança nacional. Apesar do interesse do deputado em se lançar candidato à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), o petista não descarta a possibilidade de Chalita aceitar ser vice numa chapa com o PT. "Acharia extraordinário, mas respeito a vontade dele de ser candidato."

"Para nós, o importante é ele não estar nesse bloco do (José) Serra e do Kassab", emendou. Na avaliação de Emídio, o "xadrez eleitoral" de 2012 começa favorável para o PT, uma vez que o PSDB vive uma crise interna e a administração de Kassab é mal avaliada pela população. Questionado sobre a aproximação entre PCdoB e Kassab, Emídio acredita que o apoio seja meramente administrativo. "Se o candidato do Kassab for o Serra, o PCdoB não ficará junto. E aí, vai fazer o quê? Ou lança o Netinho (de Paula) ou volta para o ninho."

Mesmo com o foco na aliança com o PMDB, o prefeito de Osasco disse que o ideal para o PT em São Paulo é trazer de volta o PCdoB e o PDT e atrair o PR. "O quadro não está nada definido e fazer aliança com o PMDB não significa excluir ninguém."

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