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Há 43 anos no poder, presidente mais velho do mundo anuncia candidatura para oitavo mandato

Após quatro décadas na presidência de Camarões, Paul Biya, de 92 anos, é alvo de críticas por ex-aliados e tem saúde questionada

Paul Biya: presidente há 43 anos do Camarões anuncia candidatura para 8º mandato. (CHRISTOPHE SIMON/POOL/AFP/Getty Images)

Paul Biya: presidente há 43 anos do Camarões anuncia candidatura para 8º mandato. (CHRISTOPHE SIMON/POOL/AFP/Getty Images)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 15 de julho de 2025 às 13h15.

O presidente em exercício mais velho do mundo, Paul Biya, de 92 anos, revelou que irá concorrer novamente à reeleição em Camarões, marcada para 12 de outubro deste ano.

Em uma postagem no X (antigo Twitter), Biya — que ocupa a principal cadeira do país há 43 anos — afirmou que a decisão de buscar um possível oitavo mandato reflete a “urgência dos desafios” que a nação enfrenta.

“Juntos, não há desafio que não possamos superar. O melhor ainda está por vir.”

“Garantir a segurança e o bem-estar dos filhos e filhas do nosso amado país é um dever sagrado ao qual dediquei meu tempo e energia desde que assumi a liderança do Estado”, escreveu o presidente em uma carta. “Os resultados são palpáveis, visíveis e audíveis.”

Ele agradeceu o apoio e afirmou que, apesar de estar no poder há mais de quatro décadas, “ainda resta muito a ser feito”.

Críticas ao governo e acusações criminais

Apesar da longa permanência no poder, o governo de Biya vem sendo alvo de acusações de corrupção e desvio de recursos, além de críticas por má governança e pela incapacidade de lidar com problemas de segurança no país. Segundo reportagem da BBC, há especulações sobre sua saúde e condições de continuar governando.

No ano passado, sua ausência de mais de seis semanas da vida pública alimentou rumores sobre possíveis problemas de saúde e até boatos de que ele teria morrido.

Disputa política

A candidatura de Biya ocorre num momento em que ele perde apoios importantes, sobretudo em regiões do norte, antes fundamentais em eleições anteriores. Aliados de longa data, como o ex-primeiro-ministro Bello Bouba Maigari e o ministro Issa Tchiroma Bakary, romperam com o governo e anunciaram que também devem concorrer à presidência.

Além deles, outros nomes da oposição, incluindo Maurice Kamto, Joshua Osih, Akere Muna e Cabral Libii, também confirmaram candidatura, aumentando a pressão pela mudança de poder após quatro décadas consecutivas.

Mesmo assim, dentro do Movimento Democrático Popular de Camarões e entre apoiadores, há quem defenda sua permanência, alegando que o presidente ainda teria “muito a oferecer” ao país.

Em 2008, Biya aboliu o limite de mandatos presidenciais, permitindo-se concorrer indefinidamente. Ele venceu a eleição de 2018 com mais de 71% dos votos, embora grupos de oposição tenham denunciado irregularidades generalizadas no processo eleitoral, de acordo com a BBC.

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