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Guterres: um português na ONU

Um novo nome deve começar a estampar os jornais e reuniões internacionais. Os 15 países membros em uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas votaram ontem em rara concordância por 13 votos e 2 abstenções que António Guterres, ex-primeiro ministro de Portugal, será o próximo secretário geral da […]

ANTÓNIO GUTERRES: então comissário da agência de refugiados da ONU, ele será agora o próximo secretário-geral do órgão / Wathiq Khuzaie/Getty Images (Getty Images)

ANTÓNIO GUTERRES: então comissário da agência de refugiados da ONU, ele será agora o próximo secretário-geral do órgão / Wathiq Khuzaie/Getty Images (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2016 às 21h45.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h16.

Um novo nome deve começar a estampar os jornais e reuniões internacionais. Os 15 países membros em uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas votaram ontem em rara concordância por 13 votos e 2 abstenções que António Guterres, ex-primeiro ministro de Portugal, será o próximo secretário geral da ONU. Hoje, os membros do conselho se reúnem para ratificar oficialmente a decisão.

Mais importante do que nenhuma rejeição, é que Guterres foi aprovado para o cargo com o apoio de todos os cinco membros permanentes — Rússia, França, Estados Unidos, China e Grã-Bretanha. O anúncio de sua escolha foi feito pelos chanceleres de Rússia e Estados Unidos, em um raro momento de concordância. O português superou outros 12 candidatos, incluindo o recorde de 7 mulheres. Esperava-se a vitória de uma mulher pela primeira vez para comandar o órgão.

Guterres assume a partir do dia 1º de janeiro um dos cargos mais difíceis do mundo moderno. Ele que é físico teórico e foi durante 10 anos o comissário da agência de refugiados do órgão enfrenta, além do assunto que lhe é familiar — são cerca de 65 milhões de pessoas em situação de fuga —, outras pautas urgentes, como o impasse nuclear na Coreia do Norte e as guerras civis que assolam a África. Reparar a imagem das missões de paz da ONU, após escândalos de abuso sexual, e se manter de pé diante das pressões de países ricos também serão desafios de grande tamanho. Mas uma de suas missões mais complicadas será juntar o governo da Rússia com quem quer  que seja eleito nos Estados Unidos, entre Hillary Clinton e Donald Trump, para discutir a questão da guerra na Síria.

Guterres foi selecionado em uma disputa que envolvia, pela primeira vez, debates públicos e audiências com o Conselho de Segurança. Outros candidatos admitiram que ele era o melhor homem da disputa, mas isso não torna sua missão mais fácil. Serão 5 anos de pautas que se impõem.

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