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Guias Sherpa decidem deixar Everest após avalanche

Depois de um funeral no acampamento-base na terça-feira, os sherpas discutiram suas opções, disse Dorje Sherpa, que participou do evento


	Monte Everest: na sexta passada, vários guias Sherpa transportavam equipamento de escalada entre acampamentos quando pedaço de gelo se rompeu e provocou avalanche
 (Prakash Mathema/AFP)

Monte Everest: na sexta passada, vários guias Sherpa transportavam equipamento de escalada entre acampamentos quando pedaço de gelo se rompeu e provocou avalanche (Prakash Mathema/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2014 às 16h24.

Katmandu, Nepal - A maioria dos guias de montanha Sherpa decidiram abandonar o Monte Everest em virtude do luto pelas vidas perdidas na semana passada em avalanche no local, em uma paralisação que deve interromper a temporada de escalada.

Mais cedo, o governo do Nepal parecia ter concordado com algumas das exigências dos Sherpas, como a criação de um fundo de ajuda para as famílias de sherpas mortos ou feridos em acidentes de escalada, mas os recursos estão muito aquém do que os sherpas queriam.

Depois de um funeral no acampamento-base na terça-feira, os sherpas discutiram suas opções, disse Dorje Sherpa, que participou do evento. Ele disse que a maioria deles se preparava para fazer as malas e deixar o local já na quarta-feira.

"É simplesmente impossível para muitos de nós continuar a escalada. Enquanto três de nossos amigos estejam desaparecidos na neve, eu não posso imaginar passar por cima deles. Queremos honrar os companheiros que perdemos e, por respeito a eles, simplesmente não podemos continuar", afirmou.

Sherpa Pasang, secretário-geral da Associação Nacional de Guias de Montanha do Nepal, disse que tentaria negociar com os sherpas e o governo porque um boicote total prejudicaria o montanhismo no Nepal a longo prazo.

Na sexta-feira passada, vários guias Sherpa transportavam equipamento de escalada entre os acampamentos quando um pedaço de gelo se rompeu e provocou uma avalanche. Treze corpos foram recuperados, mas três sherpas ainda desaparecidos foram dados como mortos.

Um funeral foi realizado no acampamento-base na terça-feira. Lamas budistas leram passagens religiosas e sherpas e montanhistas estrangeiros queimaram lamparinas de incenso e rezaram pelos mortos. Os corpos das vítimas foram cremados na segunda-feira.

Depois da avalanche, o governo disse que pagaria à família de cada sherpa que morreu 40 mil rupias, ou cerca de US$ 415. Os sherpas dizem que merecem muito mais, incluindo dinheiro de seguro, mais ajuda financeira às famílias das vítimas e novas regulamentações que garantam os direitos de montanhistas.

A temporada de escalada do Everest permite o sustento de milhares de guias e carregadores do Nepal. Montanhistas dependem dos Sherpas para tudo, desde carregar equipamentos, cozinhar alimentos e orientá-los em altas altitudes.

A maioria das tentativas de chegar ao topo são feitas na metade de maio, quando o clima está mais favorável. Se os Sherpas boicotarem a temporada, muitos dos montanhistas teriam de desistir de todo ou parte do dinheiro que gastaram para subir o Everest, que em alguns casos chega a US$ 90 mil.

Pelo menos uma empresa de expedição cancelou a tentativa de escalada do Everest em 2014 para a sua equipe de seis integrantes. Fonte: Associated Press.

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