Mundo

Guerrilha curda põe fim em cessar-fogo após eleições turcas

Um comunicado da cúpula do PKK, indicou que o período de "inação" terminou e pediu ao povo curdo que "aumente a resistência"


	Curdo exibe a bandeira do PKK: o partido tomou medida de cessar-fogo como homenagem às vítimas do atentado e para não interferir nas eleições
 (Ozan Kose/AFP)

Curdo exibe a bandeira do PKK: o partido tomou medida de cessar-fogo como homenagem às vítimas do atentado e para não interferir nas eleições (Ozan Kose/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2015 às 12h19.

Ancara - O grupo armado Partido de Trabalhadores de Curdistão (PKK) anunciou nesta quinta-feira o fim do cessar-fogo que mantinha desde 10 de outubro para não interferir nas eleições gerais da Turquia realizadas no domingo.

Um comunicado da cúpula do PKK, emitido pela emissora "Nuce TV", próxima à guerrilha, indicou que o período de "inação" terminou e pediu ao povo curdo que "aumente a resistência".

Em 10 de outubro, horas depois do atentado jihadista que acabou com a vida de 102 pessoas em uma manifestação pela paz em Ancara, o PKK anunciou que suspendia todos seus ataques e retirava suas unidades de suas posições na montanha, apesar de se reservar ao direito de se defender perante ataques.

O partido tomou esta medida como homenagem às vítimas do atentado e para não interferir nas eleições, segundo detalhou então.

O governo rejeitou corresponder a esta atitude e o Exército turco continuou com suas operações terrestres e aéreas, nas províncias onde a guerrilha domina parte do território, e com os bombardeios aéreos contra os refúgios do PKK no norte do Iraque.

O comunicado da guerrilha lembra que seus milicianos respeitaram a promessa de calma "apesar todos os ataques", mas que a atitude do governo "demonstra que esta inação não pode continuar".

O PKK retomou a luta armada em julho, após dois anos de cessar-fogo unilateral, durante a negociação de um plano de paz com o governo.

Apesar da guerrilha ter pegado nm armas em 1984 para conseguir a independência das regiões curdas do sudeste da Turquia, em 2013 renunciou formalmente a esta meta e pediu garantias aos direitos dos curdos como cidadãos da Turquia.

Desde julho, cerca de 150 militares e policiais morreram em ataques do PKK, o que transformou este verão no mais sangrento do século.

A cúpula da organização indicou sua disposição de retomar as negociações sobre a base dos acordos de Dolmabahçe de janeiro passado, que preveem um "processo de democratização" da Turquia em troca do desarmamento da guerrilha, mas que foram rechaçados pelo governo.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEleiçõesEuropaTurquiaViolência política

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru