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Guerrilha colombiana ELN liberta refém civil

Segundo a Defensoria pública, o libertado é Fabio León Ardila, prefeito entre 2012 e 2015 do município de Charalá


	ELN: esta é a segunda libertação em uma semana de um refém civil pelo ELN
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ELN: esta é a segunda libertação em uma semana de um refém civil pelo ELN (AFP/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2016 às 18h50.

A guerrilha colombiana do Exército de Libertação Nacional (ELN) libertou nesta quinta-feira um refém civil, que foi entregue ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em uma zona rural do departamento de Arauca, na fronteira com a Venezuela, informou o organismo internacional.

"Um civil que estava em poder do Exército de Libertação Nacional (ELN) foi entregue hoje ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na zona rural de Saravena. Neste momento está a caminho de se reunir com sua família", indicou a entidade em um comunicado.

Segundo a Defensoria pública, o libertado é Fabio León Ardila, prefeito entre 2012 e 2015 do município de Charalá, no departamento (estado) de Santander (nordeste), que tinha sido sequestrado em 30 de junho em Saravena quando assistia a um evento de negócios.

Esta é a segunda libertação em uma semana de um refém civil pelo ELN. A anterior, também em Arauca, ocorreu em 29 de setembro, quando rebeldes entregaram o arrozeiro Diego José Ulloque ao CICV, informou a missão de paz da OEA na Colômbia.

O ELN e o governo de Juan Manuel Santos anunciaram em março um acordo para iniciar diálogos formais de paz. No entanto, o processo não se instalou porque a guerrilha continua sequestrando pessoas.

Desconhece-se o número exato de reféns em poder deste grupo, que tomou armas em 1964 por influência da revolução cubana, embora fontes oficiais estimem que pelo menos duas pessoas permaneçam em poder dos rebeldes. O governo calcula em 1.500 o número de combatentes desta organização armada.

"Este tipo de ações estão ocorrendo em parte fruto de conversações mútuas de respeito, do desejo de não envolver civis no conflito e de se preparar para uma fase pública", disse à AFP Víctor de Currea, cientista político especialista no conflito armado colombiano e que escreveu livros sobre o ELN.

Uma fonte próxima à guerrilha afirmou à AFP que membros da cúpula do ELN e delegados do governo mantiveram reuniões estes dias em Caracas "buscando uma fórmula" para instalar "em breve" a mesa pública de negociações.

"Com bom ânimo nos preparamos para assistir a uma próxima reunião com o governo. Esperamos poder dar boas novas", informou o ELN na terça-feira em sua conta no Twitter.

Este ano, o CICV intermediou a libertação de 13 pessoas em poder de grupos armados ilegais. Desde 1994, no âmbito destas missões, 1.600 cidadãos recuperaram sua liberdade.

"Agradecemos a confiança e o respeito expressos pelas partes em nosso papel como intermediário neutro no conflito armado e reiteramos nossa disponibilidade para continuar facilitando este tipo de missões", afirmou Christoph Harnisch, chefe da delegação do CICV na Colômbia, citado no comunicado.

A libertação deste civil ocorre quatro dias depois de os colombianos rejeitarem em um plebiscito um acordo de paz pactuado pelo governo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a principal e mais antiga guerrilha do país para superar um conflito interno de mais de meio século.

A Colômbia vive um conflito armado de mais de 50 anos e que envolve guerrilhas, paramilitares e agentes da força pública, com um balanço de 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.

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