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Presidente da Ucrânia diz que país foi abandonado após invasão da Rússia

"Nos deixaram sozinhos para defender nosso Estado", afirmou Zelensky

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fala que país foi abandonado após invasão da Rússia (SERGEI SUPINSKY/Getty Images)

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fala que país foi abandonado após invasão da Rússia (SERGEI SUPINSKY/Getty Images)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 06h39.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2022 às 09h02.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira, 25 (horário local, noite de quinta-feira, 24, no Brasil) que seu país foi abandonado após a invasão russa, acrescentando acreditar que grupos de sabotagem enviados por Moscou entraram na capital, Kiev.

"Nos deixaram sozinhos para defender nosso Estado", afirmou Zelensky em um vídeo publicado na conta presidencial. "Quem está disposto a lutar conosco? Não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todos estão com medo", lamentou.

Vestindo uma camiseta, com a barba por fazer e falando em ucraniano, em vez de seu russo nativo, Zelensky disse ter recebido informações sobre grupos de sabotagem. "É por isso que estou pedindo aos cidadãos de Kiev que sejam vigilantes e cumpram as regras da lei marcial", afirmou.

Entre os muitos rumores falsos que circulam, disse Zelensky, havia um de que ele havia fugido do país. "Vou ficar na capital" disse ele, acrescentando que sua família também estava na Ucrânia, mas que ele não poderia divulgar sua localização. "O inimigo me marcou como alvo nº 1, minha família, como alvo nº 2. Eles querem destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado", afirmou.

Zelensky também informou que até o momento 137 ucranianos, militares e civis, foram mortos desde o início da invasão russa, na madrugada desta quinta-feira.

Explosões em Kiev

O exército russo está atacando áreas civis, denunciou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, ao mesmo tempo que elogiou o "heroísmo" de seus compatriotas diante da invasão e afirmou que as tropas estão fazendo "todo o possível" para defender o país.

"Eles dizem que os civis não são um alvo. Mas esta é outra mentira deles. Na realidade, eles não fazem distinção entre as áreas em que operam", disse Zelensky em um vídeo.

"Esta noite começaram a bombardear bairros civis. Isto nos recorda (a ofensiva nazista de) 1941", completou na mensagem, divulgada nas redes sociais.

Duas fortes explosões foram ouvidas na madrugada desta sexta-feira (25) no centro de Kiev. O exército da Ucrânia relatou "disparos de mísseis" contra a capital e a destruição de dois deles pelos sistemas de defesa.

VEJA TAMBÉM: Rússia e Ucrânia podem desencadear uma guerra mundial? Entenda o conflito

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, informou que três pessoas ficaram feridas, uma delas em estado crítico, em um bairro residencial ao sudeste da capital.

"Os ucranianos estão demonstrando heroísmo", afirmou Zelensky. Ao iniciar a invasão na quinta-feira, os russos "pensavam que nossas forças estavam cansadas, mas não estamos cansados".

"Nossas forças estão fazendo todo o possível" para defender a Ucrânia, destacou.

Diálogo?

Zelensky também afirmou que a Rússia terá que falar com a Ucrânia em algum momento para encerrar os combates.

"A Rússia terá que falar conosco, mais cedo ou mais tarde. Conversar sobre como acabar com os combates e parar esta invasão. Quanto mais cedo a conversa começar, menores serão as perdas, inclusive para a Rússia", declarou o chefe de Estado ucraniano.

Em uma mensagem aos russos que protestaram contra a guerra na quinta-feira, incluindo centenas que foram detidos, ele declarou: "Aos cidadãos da Federação da Rússia que estão saindo para protestar, nós os observamos vocês. E isto significa que vocês nos ouviram. Isto significa que vocês acreditam em nós. Lutem por nós. Lutem contra a guerra".

A invasão russa começou na madrugada de quinta-feira, depois do reconhecimento na segunda-feira da independência dos territórios separatistas rebeldes da região leste da Ucrânia por parte de Vladimir Putin.

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