Guerra Israel-Hamas: presidente do Egito critica reação de Israel (Jacquelyn Martin / POOL/AFP)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 16 de outubro de 2023 às 10h58.
Última atualização em 16 de outubro de 2023 às 11h14.
O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, disse ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no domingo, 15, que os bombardeios de Israel em reação ao ataque terrorista do Hamas excedeu o direito à autodefesa" e virou uma "punição coletiva".
Segundo a mídia local, o egípcio disse ainda que a falta de uma política para os palestinos resultou no atual conflito e que a guerra entre Israel e Hamas pode ter consequências em toda a região. As declarações foram as mais duras feitas por um líder árabe, que mantém relações diplomáticas e econômicas com Israel, durante o giro do chefe da diplomacia americana pelo Oriente Médio.
Blinken visitou o Egito para tratar da abertura do canal de Rafah, que faz fronteira com a Faixa de Gaza. Em coletiva após o encontro com al-Sisi, Blinken afirmou que o propósito do encontro foi " entender como cada um está vendo a crise e como pretendem lidar com as preocupações que surgem”. Antes, o americano se reuniu com outros países da região, como Catar e Arábia Saudita.
O país árabe tem resistido à abertura da fronteira, alegando que há problemas nas estradas após bombardeios aéreos e problemas burocráticos por falta de documentos de pessoas que teriam interesse em cruzar o portão de Rafah. O governo brasileiro tem uma operação para resgatar ao menos 28 brasileiros que estão tentando sair de Gaza. O Brasil enviou uma aeronave, que aguarda em Roma a autorização para ir ao Egito resgatar os brasileiros.
Em entrevista à CNN americana no domingo, Sameh Shoukry, ministro de negócios Estrangeiros do Egito, disse que o ponto de passagem na fronteira com Gaza foi fechado "devido aos recentes bombardeios" e que o Egito tiraria cidadãos estrangeiros em coordenação com as embaixadas. O país também aguardar um acordo com Israel para transporte ajuda humanitária. “A fronteira está aberta. A passagem de Rafah está aberta e sempre esteve. Mas fomos alvos de bombardeios aéreos e as estradas não estão em condições de receber os comboios”, disse Shoukry.
De acordo com a autoridade egípcia, a ajuda humanitária não consegue chegar por causa dessa situação. “Existe uma ampla gama de solicitações de pessoas que precisam passar e estamos em conversas com países para isso”, disse citando conversas com autoridades dos Estados Unidos, Áustria e Holanda. “Do nosso lado, estamos buscando melhorar a coordenação aqui para receber as pessoas”, disse o ministro.