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Guerra: PSDB acionará Lula por declaração contra Serra

Presidente Lula classificou como "farsa" a suposta agressão sofrida pelo candidato tucano à Presidência, José Serra

Sérgio Guerra, presidente do PSDB: o caso de Erenice é de polícia

Sérgio Guerra, presidente do PSDB: o caso de Erenice é de polícia

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2010 às 21h05.

O senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, afirmou hoje que o seu partido vai interpelar judicialmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que classificou como "farsa" a suposta agressão sofrida pelo candidato tucano à Presidência, José Serra. "Como é que vem o presidente falar contra o nosso candidato de forma agressiva, desrespeitosa e injuriosa. Nunca fizemos teatro, nunca inventamos dossiês, nunca andamos com malas dinheiro nem cuecas contaminadas de dinheiro sujo", afirmou Guerra, que chamou Lula de "chefe de facção".

Para o tucano, houve agressão de um grupo democrático por outro, não democrático, e isso "poderá radicalizar a campanha nas ruas". "Provavelmente vamos reagir nas ruas a essa provocação", declarou Guerra, acrescentando que a caminhada marcada para domingo na orla do Rio de Janeiro será "pela democracia, em defesa dos melhores valores".

"O que estamos assistindo é uma vergonhosa tentativa de interferência no resultado das eleições. Não desejam que as eleições caminhem tranquilamente", afirmou. "Não há ato mais grave do que esse. Se doeu mais aqui ou mais ali não tem importância. Essa não é a questão. Houve ato de violência contra a democracia. Nunca desejamos que a campanha tomasse esse rumo."

Ele afirmou que não tem relação com o PSDB o episódio ocorrido hoje contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, no Paraná, quando ela foi alvo de bexigas com água - que não a acertaram. "Não vamos proteger gente que faz isso, muito menos defender."

Quebra de sigilos

Sobre o episódio do dossiê que envolve quebras de sigilos, Guerra disse que o PSDB é "vítima de uma grande conspiração" cujo núcleo, afirma, é o PT e o governo, com participação da Polícia Federal (PF). Para o tucano, não há provas de que o chamado dossiê teve origem em uma briga de tucanos. "Não há indício de que o governador de Minas (Aécio Neves) estivesse envolvido, apenas conclusões do delegado, que evidentemente está a serviço da política do PT e do governo", afirmou Guerra.

"É mentira. A verdade é que o PT montou um bunker para montar dossiês contra nós", declarou. "O jornalista Amaury (Ribeiro Jr) estava de férias quando comprou o sigilo fiscal, depois pediu demissão do Estado de Minas e foi para o PT, para a campanha da Dilma. Quem pagou não fomos nós, foram eles."

O presidente do PSDB disse que convocou a entrevista para falar sobre esses dois temas depois de ter sido "surpreendido" pelas declarações de Lula. Ele também comentou pesquisas eleitorais que apontam vitória da candidata petista e afirmou que "estão erradas". "Quem está ganhando não produz esse ambiente. Estamos sendo vítimas de uma grande conspiração."

'Antecipação'

Guerra disse que teve acesso "legal" a uma cópia do depoimento de Amaury, obtida por meio de uma advogada do vice-presidente executivo do partido, Eduardo Jorge Pereira. "O depoimento acusa formalmente do petista Ruy Falcão de ter vazado o dossiê. O jornalista disse que seu trabalho não tinha como objetivo proteger o governador Aécio. O que mostra que o PT mente quando tenta espalhar essa versão para envolver o PSDB no assunto", disse.

Ele também criticou o fato de Lula ter "antecipado" o que chamou de versão do depoimento. "O Lula pode fazer tudo, menos substituir a verdade, se julga acima do bem e do mal, o próprio Deus. Fala o que quer, com a intenção objetiva de interferir no processo das eleições."

Para o presidente do PSDB, a "versão" do delegado difere do depoimento prestado, "estabelece comentários completamente equivocados". "A investigação prova completamente o contrário. Uma estrutura instrumentalizada agiu contra o nosso partido. Por que a PF, que é tão ativa, remeteu para depois da eleição a investigação da Erenice?"

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