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Guerra na Ucrânia está em 'ponto de inflexão', diz primeiro-ministro da França

No terceiro ano do conflito, o apoio financeiro e militar dos franceses à Ucrânia diminuiu

Gabriel Attal, primeiro-ministro da França (Chesnot/Getty Images)

Gabriel Attal, primeiro-ministro da França (Chesnot/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 12 de março de 2024 às 18h42.

Última atualização em 12 de março de 2024 às 19h08.

A guerra na Ucrânia está em um "ponto de inflexão", afirmou nesta terça-feira, 12, o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, que expôs os "riscos concretos" de uma vitória russa para conseguir o apoio do Parlamento à estratégia do presidente Emmanuel Macron.

"Estamos em um ponto de inflexão" no conflito entre Rússia e Ucrânia, declarou Attal perante a Assembleia Nacional (Câmara Baixa), semanas depois de Macron ter gerado uma polêmica nacional e internacional ao não descartar o envio de tropas ao território ucraniano.

"Não fixamos nenhum limite face a uma Rússia que não estabelece quaisquer limites", reiterou o premiê, embora o protagonista do debate parlamentar seja o acordo de segurança assinado em 16 de fevereiro entre Paris e Kiev.

No terceiro ano do conflito, o apoio financeiro e militar à Ucrânia diminui na opinião pública na França. E cerca de 76% dos franceses seriam contra o envio de tropas, segundo uma pesquisa da CSA.

O primeiro-ministro de 34 anos garantiu que uma possível vitória da Rússia gera "riscos concretos" para o "cotidiano" dos franceses, como "uma inflação alimentar dez vezes maior" e "uma explosão dos preços da energia", também multiplicada por dez.

Segundo ele, "votar contra" o apoio à Ucrânia significa que a França "vira as costas" para sua história, uma vez que "abster-se é fugir", disse à oposição, antes de uma votação não vinculativa do acordo de segurança que se anuncia favorável.

Além do oficialismo, socialistas, ambientalistas e o partido de direita Os Republicanos anunciaram que votarão a favor. A França Insubmissa (LFI, extrema esquerda) votará contra e o Reagrupamento Nacional (extrema direita) irá se abster.

O debate também expôs as diferentes visões sobre a Ucrânia, apesar do apoio geral a Kiev e as críticas a Macron, sobretudo por parte da líder do partido de oposição RN, Marine Le Pen.

A ultradireitista denunciou as "declarações beligerantes" do presidente francês sobre o envio de tropas, que preocuparam "milhões de franceses" e "tranquilizaram [o seu homólogo russo] Vladimir Putin", alertando para o impacto sobre os agricultores e a segurança europeia de uma possível adesão da Ucrânia à UE e à Otan.

O governo, liderado por Attal porque o presidente não pode falar perante o Parlamento se não for expressamente convocado, tentou destacar sobretudo as "ambiguidades" do RN em relação ao presidente russo.

"Ou você é pró-Macron ou eles o acusam de ser pró-Putin. Sua atitude é desprezível porque o sofrimento na Ucrânia, do qual vocês estão tentando se aproveitar, está muito vivo", disse Le Pen, acusando a decisão do partido que governa o país de possuir uma "agenda eleitoral".

A menos de três meses das eleições para o Parlamento Europeu, na qual pesquisas indicam que o RN lidera com ampla vantagem na França, a coalizão de Macron tenta colocar a guerra na Ucrânia no centro do debate para desgastar e extrema direita.

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