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Guerra Israel-Hamas: brasileiros refugiados em escola em Gaza serão removidos para o sul

A previsão é que um ônibus leve os brasileiros para a cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza e a cerca de 10 quilômetros da cidade de Rafah, no Egito

Ataques em Gaza: palestinos caminham perto de prédio destruído por ataque no distrito de al-Rimal ( Mahmud Hams/AFP)

Ataques em Gaza: palestinos caminham perto de prédio destruído por ataque no distrito de al-Rimal ( Mahmud Hams/AFP)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 13 de outubro de 2023 às 19h06.

Última atualização em 13 de outubro de 2023 às 19h38.

Com o ultimato israelense e uma iminente invasão do norte da Faixa de Gaza, o Itamaraty decidiu remover os 13 brasileiros que estão refugiados em uma escola no sudoeste da Cidade de Gaza. Eles demonstraram interesse em ser repatriados e, desde então, o governo brasileiro tenta retirá-los do território palestino por uma passagem terrestre pelo Egito.

A previsão é que um ônibus leve os brasileiros para a cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza e a cerca de 10 quilômetros da cidade de Rafah, no Egito. O comboio tem previsão de sair da escola na manhã de sábado, 14, no horário local.

Em Khan Yunis, eles deverão se reunir aos cerca de 12 brasileiros que estão na cidade e também aguardam a repatriação. Ao todo, o governo brasileiro estima que 30 brasileiros possam ser repatriados, mas esse número está variando a todo momento, em meio à escalada do conflito em Gaza. A documentação de 28 deles foi entregue ao governo do Egito.

O governo brasileiro ainda aguarda a autorização do Egito para fazer a remoção dos brasileiros com segurança. Um avião cedido pela Presidência da República com capacidade para 40 passageiros está em Roma, na Itália, aguardando o sinal verde para o resgate. Mesmo que autoridades brasileiras tenham obtido sinalizações positivas, o governo egípcio alega que as estradas estão danificadas em razão de bombardeios israelenses.

Além disso, há o temor do Egito em abrir a fronteira e permitir que terroristas passem junto com refugiados — o país tenta manter distância do conflito entre Israel e o Hamas, autor dos atentados terroristas em Israel no fim de semana passado e que controla a Faixa de Gaza.

Não é só o Brasil que tenta retirar cidadãos da área mais crítica do conflito. Segundo fontes diplomáticas, há cerca de 600 americanos na mesma situação. Por isso, a negociação para a criação de um corredor humanitário em Gaza até o Egito está sendo tratado pelo Conselho de Segurança de ONU.

A reunião extraordinária foi convocada pelo Brasil, que preside temporariamente o comitê. Na quinta-feira, 12, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou em uma rede social a informação de que havia solicitado a criação do corredor ao presidente israelense Isaac Herzog. Ele também agradeceu o apoio de Israel à retirada dos brasileiros de Gaza.

O que se sabe sobre os brasileiros em Israel?

Nesta sexta-feira, 13, o Ministério das Relações Exteriores confirmou a morte da brasileira Karla Stelzer Mendes, de 42 anos, durante atentados realizados pelo Hamas no sul de Israel, a partir do dia 7 de outubro.  

“Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Karla, o governo brasileiro reitera seu total repúdio a todos os atos de violência contra a população civil”, informa a nota do Itamaraty.

No mesmo dia, 69 pessoas voltaram ao Brasil no terceiro voo de repatriação de brasileiros que estavam em Israel, como parte da Operação Voltando em Paz. O KC-390 Millenium, da Força Aérea Brasileira (FAB), pousou às 6h7 em Recife.

Quantos brasileiros morreram em Israel?

Além da morte de Karla Stelzer, o governo brasileiro também já havia confirmado as mortes de Bruna Valeanu, de 24 anos, e de Ranani Nidejelski Glazer.

Na última terça-feira, 10, Bruna Valeanu foi sepultada. Apesar de inúmeros israelenses não a conhecerem, marcaram presença em seu funeral, reforçando a união e solidariedade da comunidade local.

O ato contou ainda com a presença de Frederico Meyer, embaixador brasileiro em Israel.

Nascida no Rio de Janeiro, Bruna Valeanu residia em Petah Tikva, Israel, desde 2015, e possuía dupla cidadania.

Anteriormente, na segunda-feira, 9, a morte de Ranani Nidejelski Glazer foi confirmada.

Ranani chegou a postar em uma rede social sobre o bombardeio em um bunker. Ele vivia em Israel há aproximadamente sete anos, e residia em Tel-Aviv.

Ele havia terminado recentemente o tempo de serviço militar, obrigatório no país, e trabalhava como entregador.

Informações indicam que tanto Ranani quanto Bruna e Karla estiveram presentes em uma mesma rave.

Para entender o conflito entre Israel e Hamas:

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