De acordo com o governo israelense, cerca de 150 pessoas foram feitas de reféns durante a invasão do Hamas (JACK GUEZ/AFP)
Redação Exame
Publicado em 11 de outubro de 2023 às 09h33.
Última atualização em 11 de outubro de 2023 às 11h40.
O Ministério da Defesa de Israel afirmou nesta quarta-feira, 11, que há brasileiros entre as pessoas que estão sendo mantidas reféns pelo Hamas em Gaza. O anúncio foi feito por um porta-voz do Exército israelense.
Segundo ele, há também reféns da Argentina. Até o momento, o número de reféns e suas identidades não foram confirmados pelo governo israelense.
O grupo terrorista levou reféns para a Faixa de Gaza durante o ataque relâmpago do sábado, dia 7. Na segunda-feira, o grupo chegou a afirmar que haveria uma execução de refém para cada bombardeio de Israel no território. A ameaça não intimidou os militares israelenses, que continuam bombardeando o enclave palestino um dia depois do comunicado.
De acordo com o governo israelense, cerca de 150 pessoas foram feitas de reféns durante a invasão do Hamas. Entre as pessoas sequestradas, estão idosos e crianças.
O balanço mais recente das autoridades locais indicava, na manhã desta terça-feira, que mais de 2.255 pessoas morreram. Mais de 1.200 foram em Israel. O Ministério da Saúde de Gaza informou ter registrado 1.055 mortes de palestinos.
O embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte, secretário da África e do Oriente Médio, afirmou que ainda não há confirmação de que há brasileiros feitos de reféns pelo Hamas. De acordo com o Palácio do Itamaraty, também não há informações em relação à terceira brasileira desaparecida por conta do conflito.
As informações foram dadas em coletiva realizada nesta quarta-feira, 11, no Palácio do Itamaraty. De acordo com o ministro Aloysio Mares Dias Gomide Filho, diretor do departamento consular, até esta manhã, foram registrados 2.723 nomes de brasileiros que estão em Israel em uma lista elaborada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Gomide, contudo, ressaltou que está sendo feito um "pente-fino" na lista pois foram verificados nomes duplicados ou, até, triplicados. Neste número, estão incluídos também os nomes dos 211 brasileiros que desembarcaram nesta madrugada em Brasília.
O ministro pontuou que não necessariamente todos os nomes da lista solicitaram repatriação. Segundo ele, em alguns casos, os brasileiros registraram os nomes apenas para solicitar informações da Embaixada e informar a situação do conflito.
Sobral disse que o governo brasileiro ainda trabalha para a confirmação da possibilidade de reféns brasileiros na região. Ainda, o Itamaraty busca mais informações sobre o desaparecimento da terceira brasileira.
Já na Faixa de Gaza, o embaixador confirmou a presença de um grupo com cerca de 30 brasileiros na região. "A situação dessas pessoas que estão em Gaza é muito particular porque é uma zona conflagrada", reconheceu Sobral.
Na manhã desta quarta, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, para tratar sobre a passagem de brasileiros que se encontram na Faixa de Gaza. No telefonema, Vieira pediu a Shoukry para facilitar a passagem de ônibus por Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito, para que os brasileiros consigam entrar em território egípcio.
O número de mortos na guerra entre Israel e Hamas não para de subir. De acordo com o último balanço divulgado pela CNN, 2.255 pessoas morreram em decorrência dos ataques do Hamas em Israel e dos bombardeios dos israelenses na Faixa de Gaza.
Em Israel, são 1.200 mortos e 2.700 feridos. Segundo o ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 1.055 palestinos foram mortos e 4.500 estão feridos. Entre os mortos estão 260 crianças e 230 mulheres, disse um porta-voz do ministério. Além do balanço oficial, um porta-voz das forças militares israelenses afirmou que 1.500 corpos de integrantes do Hamas foram encontrados dentro do território de Israel.
No último sábado, 7, Israel sofreu um ataque sem procedentes envolvendo operações aéreas, marítimas e terrestres realizadas pelo grupo terrorista Hamas. A ofensiva do Hamas começou na madrugada de sábado com os disparos de foguetes de vários locais de Gaza em pleno "sabbat" — dia sagrado para os judeus — em um momento simbólico: os 50 anos da guerra árabe-israelense do Yom Kippur. O Hamas afirmou que disparou pelo menos 5 mil foguetes, enquanto Israel confirmou que os combatentes do grupo entraram no seu território por terra e mar.