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Guerra diz que CPI 'não tem a menor chance de avançar'

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, fez questão de repetir que considera as acusações a Perillo um "ataque especulativo" contra o partido

O senador Sérgio Guerra, coordenador da campanha de José Serra: hora de mergulhar nas planilhas (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

O senador Sérgio Guerra, coordenador da campanha de José Serra: hora de mergulhar nas planilhas (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2012 às 23h55.

São Paulo - O presidente do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), afirmou nesta quinta que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar a atuação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, "não tem a menor chance de avançar" porque as "ramificações" do bicheiro "apontam na direção de Brasília". O tucano negou que haja acordo para poupar políticos. Mas avaliou que o envolvimento de integrantes de várias legendas com Cachoeira emperra as investigações e que o governo só apoiou a criação da CPI "para evitar que o foco fique onde deve ficar, que é o julgamento do mensalão".

"Não estou acusando partidos, mas não vejo muita gente interessada em levar isso (CPI) adiante. Porque atinge governos de vários partidos. O Executivo no plural - o governo federal também - e governos estaduais não querem deixar ir adiante. Não é porque não tem coisa por trás. É porque tem", disparou Guerra, que não vê "vontade política, orientação, processo, método para levar isso adiante com vistas a um resultado".

Segundo o tucano, a versão de que haveria um acordo entre governo e oposição para evitar a convocação de governadores pela CPI "tem muita ficção". Ele afirmou que é a favor da convocação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), para depor na comissão, mas com a condição de também serem convocados os governadores Sério Cabral (PMDB-RJ) e Agnelo Queiroz (PT-DF). "Convocar governadores é uma coisa positiva. Desde que sejam todos. Senão está vitimando um", disse. "(Mas) é muito provável que o PMDB não deseje que o governador Cabral seja ouvido. É muito provável que o PT não tenha interesse em ouvir o governador do Distrito Federal", completou.


Mas o presidente do PSDB fez questão de repetir que considera as acusações a Perillo um "ataque especulativo" contra o partido. Em almoço com empresários mineiros em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, ele foi categórico em afirmar que "nada vai ter de relevante contra o governador de Goiás". Para Guerra, ainda é preciso verificar o que "é fato" nas conversas de Cachoeira gravadas pela Polícia Federal. Mas ele salientou que, apesar de o contraventor ter "muitas pessoas conhecidas" e "muita influência", Cachoeira é "provinciano" e "muito menor do que se diz".

Comissão de Ética

Apesar de afirmar ser favorável às investigações das ramificações de Carlinhos Cachoeira, Sérgio Guerra minimizou o envolvimento de tucanos com o contraventor. Ele adiantou que o partido descarta submeter Perillo à Comissão de Ética. No caso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que indicou uma prima de Cachoeira para o governo mineiro a pedido do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), Guerra classificou como "uma forma de querer botar o nome de uma pessoa que não tem nada a ver no problema". Já com relação ao deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que do plenário da Câmara deu parabéns a Cachoeira, Guerra disse que o caso "é diferente", mas lembrou que o parlamentar "não tem responsabilidade administrativa".

"É acusado de ter relação de amizade com o Cachoeira. Tem que ser examinado se essas relações são convenientes ou inconvenientes", avaliou. "Mas desde logo quero dizer que não há nada que envolva o Leréia em irregularidades. Se os argumentos (do deputado) não forem os que precisamos ouvir, que a sociedade precisa confiar, efetivamente o conselho de ética no partido será instaurado.

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