Mundo

Guerra contra Al Qaeda não será indefinida, diz Pentágono

Estados Unidos deixariam de considerar conflito contra e entidade um conflito armado, afirmou o advogado Jeh Johnson


	Bandeira dos Estados Unidos: o advogado-chefe não fez previsões sobre quando o fim do conflito pode ocorrer
 (Al Messerschmidt/Getty Images)

Bandeira dos Estados Unidos: o advogado-chefe não fez previsões sobre quando o fim do conflito pode ocorrer (Al Messerschmidt/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 22h41.

Washington - A campanha militar dos EUA contra a Al Qaeda não deve ser vista como um conflito sem fim determinado, disse na sexta-feira o advogado-chefe do Pentágono, num discurso que abordou um assunto raramente discutido por autoridades dos EUA.

Jeh Johnson previu que a Al Qaeda algum dia será "efetivamente destruída" a tal ponto que os EUA deixariam de considerar esse um conflito armado.

O texto do discurso, a ser proferido na Universidade de Oxford (Grã-Bretanha), foi entregue antecipadamente à Reuters em Washington.

O governo dos EUA costuma citar a existência de um conflito armado como base jurídica para práticas como a detenção indefinida de integrantes da Al Qaeda e de grupos aliados.

As declarações de Johnson podem desencadear um debate político global, com argumentos para a direita e a esquerda.

O discurso de Johnson não prevê quando o conflito armado irá terminar, já que, diz o texto, a Al Qaeda e suas afiliadas do Iêmen e de outros países continuam sendo um perigo.


Mas o advogado buscou enquadrar a discussão dentro do que ele disse serem os princípios jurídicos convencionais, e não uma nova estrutura legal surgida depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.

"Agora que os esforços dos militares dos EUA contra a Al Qaeda estão em seu 12o ano, devemos também nos perguntar: como este conflito vai terminar?", disse Johnson, que foi nomeado para o cargo pelo presidente Barack Obama.

Ele costuma ser citado como possível substituto de Eric Holder no cargo de secretário de Justiça no segundo mandato de Obama. Ex-advogado empresarial em Nova York e ex-procurador federal, Johnson está no centro dos debates internos do governo sobre segurança nacional desde que chegou ao Pentágono como assessor-geral, em 2009.

Um "final aberto" para o conflito era o traço definidor daquilo que o então presidente George W. Bush descreveu como "guerra ao terrorismo", iniciada depois dos atentados de 2001 contra Washington e Nova York, que mataram 3.000 pessoas.

Três dias depois dos atentados, o Congresso dos EUA autorizou o uso da força contra todas as "nações, organizações ou pessoas" que tenham planejado ou colaborado com os ataques.

Acompanhe tudo sobre:Al QaedaEstados Unidos (EUA)IslamismoPaíses ricosTerrorismo

Mais de Mundo

Ministro de Israel ordena que Exército prepare plano de saída voluntária dos moradores de Gaza

Agentes do FBI tentam impedir divulgação de nomes que investigaram Trump e a invasão ao Capitólio

DeepSeek é bloqueado em dispositivos do governo da Coreia do Sul

Secretário de Estado dos EUA diz que não irá participar de reunião do G20