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Guatemala celebra o início da nova era e pede paz no mundo

Ao redor de uma imensa fogueira, sacerdotes e líderes espirituais indígenas dirigiram uma mística cerimônia que começou durante a alvorada

Pessoas participam de ritual maia: milhares de guatemaltecos não indígenas e turistas foram atraídos pela misticidade das cerimônias maias (REUTERS)

Pessoas participam de ritual maia: milhares de guatemaltecos não indígenas e turistas foram atraídos pela misticidade das cerimônias maias (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2012 às 14h31.

Iximché - Centenas de indígenas guatemaltecos celebraram nesta sexta-feira o Oxlajuj Ak'abal, o novo amanhecer com o qual se iniciou uma nova era de 5.200 anos - segundo o calendário maia - e pediram que este novo período traga paz e reconciliação para a humanidade.

Ao redor de uma imensa fogueira na qual veneraram o fogo sagrado, sacerdotes e líderes espirituais indígenas dirigiram uma mística cerimônia que começou durante a alvorada para dar as boas-vindas ao primeiro sol do novo B"aktun no local sagrado de Iximché.

Esta cidade maia pré-colombina, "Árvore de Milho", segundo a tradução em português, antiga capital do reino kakchiquel sobre a qual foi construída a primeira capital do reino da Guatemala por parte dos conquistadores, serviu de marco para a celebração.

Na praça central desta antiga cidade, durante toda quinta-feira os sacerdotes veneraram e avivaram o fogo, purificaram os centros cerimoniais maias e agradeceram a Ajaw, o Criador e Formador do Universo e da Humanidade, pela finalização do 13° B"aktun, o período, segundo o calendário maia, no qual foi criada a vida e o homem.

"Agradecemos Ajaw pela paz e a reconciliação do homem consigo mesmo, com a humanidade e com a natureza. Esta mudança de era traz coisas boas para o mundo, mas para conhecê-las devemos iniciar uma mudança positiva em cada um de nós, respeitar a mãe terra e corrigir nossos erros", disse um dos sacerdotes no início da cerimônia.


Líderes comunitários também participaram da celebração e reivindicaram a vontade do Estado para "passar das palavras aos fatos" em respeito aos direitos dos povos originais, assim como deter o exploração mineira que "mina nossos recursos sagrados como a água e a terra".

"O 13° B"aktun não representa o fim do mundo, como falaram em alguns lugares, mas nesta nova era, se não protegermos a mãe terra, o sol, o ar e o vento, que são nossa essência, nosso planeta morrerá em breve", refletiu outro dos sacerdotes.

Apocalípticas teorias infundadas diziam que neste 21 de dezembro, dia fixado no calendário maia como a finalização do 13° B"atkun, traria consigo tragédias que acabariam com o mundo.

Cerimônias similares à realizada em Iximché aconteceram ao mesmo tempo em 13 antigas cidades maias, assim como em centenas de lugares considerados sagrados pelos indígenas espalhados por todo país centro-americano, onde a população descendente dessa milenar cultura ultrapassa 42% dos 14 milhões de habitantes.

Milhares de guatemaltecos não indígenas e turistas foram atraídos pela misticidade das cerimônias maias, assim como povos originais de outros países do continente americano, e acompanharam as celebrações.

As celebrações nas 13 cidades, que foram organizadas pelo Governo, se estendem por toda sexta-feira com diversas atividades artísticas e filosóficas, e o sagrado fogo será aviado até sábado, quando o primeiro dia da nova era foi concluído.

A principal atividade, que foi liderada pelo presidente guatemalteco, Otto Pérez Molina, e a governante da Costa Rica, Laura Chinchilla, foi celebrada na milenar cidade de Tikal. 

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