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Guaidó será investigado por foto com narcotraficantes na Colômbia

As fotos foram tiradas em fevereiro, quando Guaidó organizava um grande movimento na fronteira para tentar entrar com a ajuda humanitária na Venezuela

Guaidó: esta é a quarta investigação que o Ministério Público da Venezuela contra o líder da oposição (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Guaidó: esta é a quarta investigação que o Ministério Público da Venezuela contra o líder da oposição (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

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EFE

Publicado em 13 de setembro de 2019 às 16h43.

Caracas — O procurador-geral da Venezuela, Tareq Saab, anunciou nesta sexta-feira a abertura de uma investigação contra o presidente do parlamento do país, Juan Guaidó, pelos vínculos que o líder da oposição ao chavismo teria com o grupo paramilitar colombiano Los Rastrojos.

A investigação foi motivada pela publicação de fotos e vídeos de Guaidó ao lado dos líderes do grupo paramilitar. As imagens foram inicialmente divulgadas por Wilfredo Cañizares, ativista e líder da Fundação Progresso no Norte de Santander, uma ONG colombiana de direitos humanos, e depois exibidas no programa do presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), Diosdado Cabello, na emissora estatal de TV da Venezuela.

Guaidó posa nas imagens e vídeos com dois homens identificados como integrantes da Rastrojos, uma quadrilha de paramilitares que opera na fronteira entre os países. John Jairo Durán Contreras, conhecido como Menor, e Albeiro Lobo Quintero, apelidado como Brother, foram presos em Cúcuta em junho deste ano.

Segundo o governo chavista e a Procuradoria-Geral da Venezuela, as fotos foram tiradas em 22 de fevereiro, quando Guaidó cruzou a fronteira para chegar à Cúcuta, na Colômbia, onde foi organizado um grande movimento para tentar entrar com uma caravana de ajuda humanitária no país. A tentativa da oposição fracassou.

Desde a tarde de ontem, Guaidó e o presidente da Colômbia, Iván Duque, estão sendo acusados de ter vínculos com o grupo paramilitar. O porta-voz do líder da oposição, Albert Ravell, disse que, por ser uma pessoa pública, Guaidó é sempre requisitado para fotos e não conhecia os dois integrantes do Rastrojos.

"Uma hipótese de investigação: sabia o governo de Duque que estes militares narcotraficantes da Rastrojos seriam os guardas de honra deste cidadão Guaidó para entrar ilegalmente na Colômbia? Nós pensamos que podemos supor que sim, eles sabiam", disse Saab.

"Ou seja, entregaram a custódia deste cidadão Guiadó para um grupo paramilitar criminoso. Não é nenhuma surpresa, já que a Colômbia tem uma fama planetária e global de ser um narcoestado. Para ser candidato à presidência da República lá, você precisa ter uma conexão muito poderosa com grupos de narcotraficantes", continuou o procurador-geral.

Mais cedo, o ministro do Interior da Venezuela, Néstor Reverol, já havia reiterado as acusações de Cabello contra o líder da oposição.

"Todos estes elementos probatórios de vinculação direta de Guaidó com os máximos líderes desta organização evidenciam mais uma vez sua associação em todas as ações terroristas que são planejadas na Venezuela para atentar contra a estabilidade econômica e a paz", disse Reverol, voltando a exibir as imagens.

O ministro também acusou o chefe de gabinete de Guaidó, Roberto Marrerro, preso desde março, de ter ligações com a Rastrojos e afirmou que o opositor forneceu uma "informação valiosa" que levou à prisão de Wilfredo de Jesús Torres Gómez.

Torres Gómez era, segundo Reverol, o líder do grupo paramilitar. Contra ele pesava uma ordem de prisão da Interpol pelos crimes de narcotráfico, homicídio, sequestro e extorsão.

Esta é a quarta investigação que o Ministério Público da Venezuela contra Guaidó. Ele é acusado de trair a pátria, de ser responsável pelos blecautes registrados no país e de querer abrir mão da reivindicação do território do Essequibo, disputado com a Guiana.

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