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Guaidó intensifica desafio a Maduro com ajuda humanitária

O Parlamento analisa o processo de armazenamento de remédios e alimentos enviados dos EUA para a Colômbia e estuda como fazê-los chegar à Venezuela

Venezuela: a UE anunciou uma doação de 5 milhões de euros nesta terça-feira (Rayner Peña/Stephanie Keith/Getty Images)

Venezuela: a UE anunciou uma doação de 5 milhões de euros nesta terça-feira (Rayner Peña/Stephanie Keith/Getty Images)

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AFP

Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 15h47.

O opositor Juan Guaidó, apoiado por 40 países que o reconhecem como presidente interino da Venezuela, redobrará a sua pressão pela entrada de ajuda humanitária, desafiando o mandatário Nicolás Maduro, que a considera o início de uma intervenção militar dos Estados Unidos.

O Parlamento, de maioria opositora, e colaboradores de Guaidó analisarão nesta terça-feira (5) os avanços do processo de armazenamento de remédios e alimentos que começaram a ser enviados dos Estados Unidos para a Colômbia, na tentativa de fazê-los chegar à vizinha Venezuela.

"Aqui na Venezuela não vai entrar ninguém, nem um soldado invasor. Nesta terra ninguém toca", sentenciou o presidente socialista, que conta entre seus aliados com Rússia, China, Turquia e Irã.

A ajuda humanitária é o novo desafio de Guaidó, após ser reconhecido na véspera como presidente interino por 20 países europeus, ao fim de um ultimato dado a Maduro para que convocasse "eleições livres".

"Querem mandar dois caminhõezinhos com quatro panelas. A Venezuela não tem que mendigar a ninguém. Se querem ajudar, que acabem com o bloqueio e as sanções", disse o presidente, assegurando que não permitirá que "humilhem" o país com o "show da ajuda humanitária".

Os Estados Unidos, que não descartam uma ação armada na Venezuela, ofereceram uma ajuda inicial de 20 milhões de dólares, e o Canadá, de outros 40 milhões, uma "esmola", segundo o governo venezuelano.

Maduro acusa Washington - com o qual rompeu relações diplomáticas - de usar Guaidó como "fantoche" para derrubá-lo e se apropriar do petróleo venezuelano, e os países europeus de apoiar esses "planos golpistas".

Fortalecido com o reconhecimento de 20 governos europeus, que se soma ao de Estados Unidos, Canadá e 12 países latino-americanos, Guaidó também pedirá ajuda humanitária à União Europeia (UE).

Além disso, solicitará a proteção de contas e ativos venezuelanos, como os Estados Unidos fizeram, que embargará a compra de petróleo venezuelano a partir de 28 de abril.

A Comissão Europeia anunciou nesta terça uma ajuda de 5 milhões de euros a mais para enfrentar a crise na Venezuela, o que eleva a ajuda humanitária para o país em 39 milhões desde 2018.

Bruxelas, que geralmente envia sua ajuda para a Venezuela por meio de organizações internacionais, também anunciou sua intenção de abrir um escritório humanitário em Caracas.

Também nesta quinta, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou a UE de tentar derrubar o presidente Maduro.

"Sabemos agora o que a é a UE. De um lado falam de eleições e democracia e depois, de maneira violenta e com artimanhas, tentam derrubar um governo", disse Erdogan.

Na terça-feira, 19 países da UE reconheceram o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Ele se autoproclamou presidente em 23 de janeiro.

"A Venezuela é sua província?", perguntou Erdogan, em uma mensagem aparentemente direcionada a Washington.

"Como podem dizer a alguém que chegou ao poder por meio de eleições que saia? E como colocam na presidência alguém que não foi eleito?", questionou.

No dia 23 de janeiro, Erdogan ligou para Maduro e expressou apoio.

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