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Guaidó denuncia morte de militar detido por plano contra Maduro

O militar constava da lista de 13 detidos divulgada na quinta-feira pelo ministro de Comunicação e Informação

Maduro: o governo Maduro não informou a morte denunciada por Guaidó (Miraflores Palace/Reuters)

Maduro: o governo Maduro não informou a morte denunciada por Guaidó (Miraflores Palace/Reuters)

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AFP

Publicado em 30 de junho de 2019 às 09h34.

O líder opositor Juan Guaidó denunciou no sábado (29) como um crime a morte de um militar detido na Venezuela, acusado de participar de um suposto plano de "golpe de Estado" que contemplaria o assassinato do presidente Nicolás Maduro e disse que levará o caso à ONU.

"Confirmamos o assassinato do capitão de corveta (Rafael) Acosta Arévalo (...), depois de ter sido torturado selvagem e brutalmente", afirmou Gauidó em um vídeo divulgado no Instagram.

"Não há palavras para descrever este fato abominável (...) Continuamos obtendo informação sobre este crime", escrevera mais cedo Guaidó no Twitter, ao avalizar a denúncia de uma ativista de direitos humanos sobre a morte por tortura do capitão de corveta Rafael Acosta Arévalo, um dos 13 detidos pelo suposto complô.

Sem responder às denúncias de "torturas", o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou uma investigação "exaustiva" sobre a morte do capitão.

Guaidó, chefe do Parlamento de maioria opositora e reconhecido como presidente interino da Venezuela por meia centena de países, divulgou uma denúncia de Tamara Sujú, advogada venezuelana asilada na República Tcheca.

"Estabelecemos contato imediato com a família e a comissão (da) ONU na Venezuela. Dei instruções (...) para fazer chegar a denúncia a governos e especialmente à Alta Comissária" das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

Na semana passada, Bachelet visitou durante três dias o país caribenho e defendeu a libertação de opositores detidos, que segundo a ONG Foro Penal, chegam a 800.

De acordo com Sujú, Acosta foi levado a tribunais na sexta-feira "em cadeira de rodas, apresentando graves sinais de torturas".

"Não falava, só pedia socorro a seu advogado. Não entendia, nem escutava bem (...), não conseguia se mexer (...), só dizia: 'Socorro, socorro'", declarou a ativista de direitos humanos, que culpou funcionários da Direção de Contrainteligência Militar pelos fatos.

O governo Maduro não informou a morte denunciada por Guaidó.

Acosta constava da lista de 13 detidos divulgada na quinta-feira pelo ministro de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, que vinculou o caso a Guaidó.

"Não são hipóteses, são evidências", disse então Rodríguez em uma declaração transmitida pela emissora estatal de televisão VTV, na qual difundiu vídeos e gravações de conversas por telefone sobre o planejamento do "plano golpista", bem como "confissões".

Guaidó, que insistentemente solicita à Força Armada para deixar de apoiar Maduro, pediu aos militares que não permaneçam "indiferentes".

"Absolutamente ninguém pode permanecer indiferente diante deste horror e muito menos os homens e as mulheres da Força Armada (...) Família militar: não estão sós, haverá justiça", prometeu.

A cúpula militar costuma expressar "lealdade absoluta" a Maduro.

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