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Guaidó convoca mobilização para exigir fim do apoio militar a Maduro

Opositor, reconhecido como presidente interino por quase 50 países, tuitou que será uma "mobilização nacional de paz"

Juan Guaidó: presidente autoproclamado pediu para que o povo vá as ruas no sábado (4) (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Juan Guaidó: presidente autoproclamado pediu para que o povo vá as ruas no sábado (4) (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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AFP

Publicado em 3 de maio de 2019 às 06h23.

Última atualização em 3 de maio de 2019 às 07h53.

O líder opositor Juan Guaidó convocou passeatas no sábado até os principais quartéis da Venezuela em um novo desafio ao presidente Nicolás Maduro após a rebelião militar frustrada de terça-feira.

Guaidó, reconhecido como presidente interino por quase 50 países, afirmou na quinta-feira à noite no Twitter que será uma "mobilização nacional de paz" para pedir que as Forças Armadas "se unam à Constituição" e cessem o apoio a Maduro.

"Continuar nas ruas é a única maneira de manter a atenção, pressão, ação da comunidade internacional, estimular a atuação constitucional das Forças Armadas e demonstrar aos que ainda respaldam o ditador que não existirá estabilidade enquanto seguir a usurpação", completou no Twitter.

A convocação foi anunciada depois de Guaidó ter liderado na terça-feira, ao lado do opositor Leopoldo López, a rebelião de um pequeno grupo de militares na base aérea de La Carlota, em Caracas, denunciada por Maduro como uma tentativa de "golpe de Estado".

    Armados e com veículos blindados, os militares se posicionaram diante de uma base aérea de Caracas com López e Guaidó, que pediu o apoio das Forças Armadas à rebelião.

    Mas a cúpula militar ratificou a adesão a Maduro e 25 rebeldes pediram asilo na embaixada do Brasil. López, libertado por soldados de sua prisão domiciliar, buscou refúgio na residência do embaixador da Espanha.

    Esta ação "ratifica que estamos na fase final de nossa luta e que a #OperaçãoLiberdade é imparável. O plano que realizamos deixa o regime frágil e o usurpador duvidando até de seu círculo mais próximo", afirmou o presidente do Parlamento, que se proclamou presidente do país em 23 de janeiro.

    Guaidó, que perdeu a imunidade parlamentar por decisão da governista Assembleia Constituinte, se afastou de uma grande mobilização que havia convocado para o dia 1º de maio e na quinta-feira não apareceu em público.

    Maduro, ao contrário, apareceu na televisão com o alto comando militar e 4.500 militares para anunciar uma ofensiva contra os "golpistas".

    "Estamos em um combate, máxima moral (...) para desarmar qualquer traidor, qualquer golpista", afirmou no Forte Tiuna, principal complexo militar do país.

    O presidente socialista pediu aos militares que não hesitem no momento de desarmar conspirações opositoras e dos Estados Unidos.

    Quatro manifestantes da oposição morreram nos protestos de terça-feira e quarta-feira.

    Washington advertiu que uma eventual detenção de Guaidó seria o "último erro da ditadura" e que "uma ação militar é possível" na Venezuela.

    As manifestações de apoio do comando militar a Maduro incluíram insultos ao líder opositor.

    "Não nos deixamos mandar por ninguém que não seja nossa linha de comando fundamental e muito menos por um idiota que se faz passar por presidente", afirmou o comandante estratégico operacional, almirante Remigio Ceballos, que chamou Guaidó de "vagabundo".

    Maduro, acusado pela oposição de ter conseguido a reeleição de maneira fraudulenta, se aferra ao poder e tem o apoio da China e da Rússia.

    Durante seu governo, iniciado em 2013, o país com as maiores reservas de petróleo do mundo entrou na pior crise socioeconômica de sua história moderna.

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