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Guaidó apresenta plano contra crise na Venezuela que inclui transição

O plano destaca "dar abertura ao investimento privado nas empresas públicas" e solicitar financiamento em entidades internacionais

Juan Guaidó: o autoproclamado presidente interino da Venezuela relata plano de transição para o governo (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Juan Guaidó: o autoproclamado presidente interino da Venezuela relata plano de transição para o governo (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 07h14.

Caracas - O líder do parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente em exercício do país, apresentou nesta quinta-feira um plano com o qual espera superar a severa crise econômica, começando com um governo de transição.

Embora conte com o apoio de vários países que lhe reconhecem como presidente interino, o opositor foi claro ao ressaltar que a rota proposta pelo parlamento inclui afastar Nicolás Maduro como "usurpador" da presidência, sem que este primeiro ponto tenha se concretizado até agora.

Guaidó, no entanto, continuou nesta quinta-feira com seus atos de "governo" ao apresentar este "Plano País", que foi elaborado por especialistas econômicos e membros do Legislativo, um órgão de maioria opositora.

A estratégia pretende pôr o Estado venezuelano a serviço dos cidadãos, aos quais se deve "empoderar (...) a fim de liberar suas forças criativas e produtivas", e reinserir o país no concerto "de nações livres".

Para isto será necessário suspender os controles que, segundo opositores e analistas, fazem parte das causas dos males da economia venezuelana, "dar abertura ao investimento privado nas empresas públicas" e solicitar financiamento em entidades internacionais.

Este financiamento, segundo esclarece o texto que foi apresentado à opinião pública na Universidade Central da Venezuela em Caracas, deve ser "em massa" e contemplar uma "reestruturação profunda da dívida pública externa".

Guaidó assegurou ao apresentar o programa que o país precisa de "dinheiro fresco" para recuperar sua economia e voltar ao concerto de países livres, "o que significa contar com a vontade de muitos amigos e governos que possam investir também na Venezuela".

O plano tem um trecho especial com ideias para incentivar a recuperação da indústria petrolífera venezuelana, que enfrenta sua crise particular de dívida, investigações por corrupção e queda da produção.

O programa propõe ainda a aceitação de capital privado na indústria, embora esclareça que se deve "preservar a propriedade da nação sobre as jazidas de hidrocarbonetos".

Guaidó aproveitou a apresentação para enviar um "agradecimento especial" ao líder opositor preso Leopoldo López, que, "apesar de ter estado na prisão, sequestrado", escreveu "de punho e letra" parte do livro "Venezuela Energética", que também inspirou o "Plano País".

Os responsáveis por este plano levaram em conta que a dívida externa atual "equivale a cinco anos de exportações", que mais de um milhão de venezuelanos sofrem de desnutrição, que o país produz 54% menos petróleo que há 20 anos e que o salário mínimo mensal é suficiente para comprar apenas 600 calorias.

Para superar indicadores como estes, o parlamento propõe criar mecanismos de prestação de contas, estabilizar a economia, atender a emergência humanitária, melhorar os serviços públicos e gerar confiança e segurança jurídica.

Além disso, o Plano País considera que o dinheiro necessário virá do financiamento de organismos multilaterais, da reestruturação da dívida externa, da atração de investimentos locais e estrangeiros e da recuperação de capitais mal geridos.

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