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Grupos islâmicos da Jordânia pedem governo parlamentar

Rei Abdullah II realizou uma reunião com o líder da Irmandade Muçulmana, Hamam Said

O rei da Jordânia, Abdullah II: Frente de Ação Islâmica ainda não faz parte do Parlamento (Helene C. Stikkel/U.S. military/ Wikimedia Commons)

O rei da Jordânia, Abdullah II: Frente de Ação Islâmica ainda não faz parte do Parlamento (Helene C. Stikkel/U.S. military/ Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 13h36.

Amã - Líderes de grupos islâmicos da Jordânia pediram ao rei Abdullah II que aprove reformas políticas que conduzam à formação de um "Governo parlamentar", informou nesta sexta-feira um comunicado da Irmandade Muçulmana.

A nota fornece informações a respeito da reunião que o monarca manteve na quinta-feira com o líder da Irmandade Muçulmana, Hamam Said, e com o secretário-geral de seu braço político, a Frente de Ação Islâmica (FAI), Hamzeh Mansur, assim como outros dirigentes políticos.

"O movimento islâmico deixou claro que as reformas políticas deveriam começar com uma lei eleitoral moderna que adote um sistema de representação proporcional e conduza à formação de um Governo parlamentar", diz o comunicado.

Atualmente, o rei se encarrega de nomear os ministros, que costumam ser escolhidos entre personalidades da vida pública devido à ausência de grandes coalizões ou partidos políticos no Parlamento, dominado por grupos tribais e pequenas associações.

O FAI não faz parte do Parlamento, pois boicotou as eleições legislativas de 9 de novembro por considerar que não havia condições adequadas para garantir uma votação limpa.

O pedido da Irmandade Muçulmana faz parte dos esforços desse grupo para que a Jordânia se transforme em uma monarquia constitucional.

Ao calor das revoltas populares na Tunísia e no Egito, Abdullah II fez mudanças no Governo liderado por Samir Rifai no dia 1 de fevereiro e designou Marouf Bakhit como primeiro-ministro.

A figura de Bakhit, que já tinha liderado um Governo anterior, desperta receios entre a Irmandade Muçulmana, visto que o acusa de ser o responsável pelas eleições de 2007, consideradas fraudulentas.

Na ocasião, o FAI elegeu apenas seis deputados, frente aos 17 que tinha no Parlamento anterior.

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