Mundo

Grupos da Malásia enviarão ajuda a minoria rohingya em Mianmar

Iniciativa pretende levar uma "mensagem de paz" ao conflito entre budistas e muçulmanos em Rakain

Mulher rohingya alimenta bebê em acampamento de deslocados em Mianmar (Lauren DeCicca/Getty Images)

Mulher rohingya alimenta bebê em acampamento de deslocados em Mianmar (Lauren DeCicca/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 09h43.

Bangcoc - Organizações civis e religiosas da Malásia enviarão em janeiro uma pequena frota com 200 toneladas de ajuda humanitária para a minoria muçulmana rohingyas no estado Rakain, no sudoeste de Mianmar, informou a imprensa local nesta terça-feira.

O secretário-geral do Conselho Consultivo de Organizações Islâmicas da Malásia (Mapim), Zulhanis Zainol, explicou em declarações ao jornal "The Star Online" que a iniciativa pretende levar uma "mensagem de paz" ao conflito entre budistas e muçulmanos em Rakain.

"Não é apenas uma questão religiosa, é uma questão humanitária", disse Zainol, que comparou a atual situação dos rohingyas em Rakain à dos palestinos em Gaza.

Além do Mapim, a Kelab Putera 1Malaysia e uma grupo de ONGs participam do projeto.

A pequena frota deve zarpar de Port Klang no dia 10 de janeiro e retornar duas semanas depois, mas não sabe se as autoridades de Mianmar vão autorizar a passagem da embarcação.

Segundo o jornal, o carregamento enviado vai ter, entre outros itens, arroz e remédios, e será composto de 200 pessoas entre médicos, líderes religiosos e voluntários, além de profissionais da mídia.

Pelo menos 1 milhão de rohingyas vive em Rakain. Eles sofrem uma crescente discriminação desde o surto de violência sectária em 2012, que causou pelo menos 160 mortes e deixou cerca de 120 mil rohingyas confinados em 67 campos de deslocados.

A situação piorou nos últimos três meses, desde que uma suposta organização rohingya atacar três postos controle de fronteira em 9 de outubro.

A operação militar para capturar os autores da ação causou, até o momento, 86 mortes, conforme números oficiais, mas que as ONG elevam a centenas, além dos 30 mil deslocados.

Quase 27 mil rohingyas fugiram dos assassinatos e outras violações dos direitos humanos cometidos pelo Exército de Mianmar, segundo organizações como a Anistia Internacional (AI), e chegaram a Bangladesh.

"Estas ações foram uma forma de castigo coletivo contra esse povo no norte do estado de Rakain e podem equivaler a crimes contra a humanidade", afirmou AI em um relatório apresentado neste mês.

As autoridades de Mianmar tratam os rohingyas como imigrantes de Bangladesh e impõem várias limitações a eles, incluindo restrição de movimento. E em Bangladesh, onde surgiram as primeiras comunidades dessa etnia, eles também são tratados como estrangeiros.

Acompanhe tudo sobre:MianmarMuçulmanosViolência política

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia