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Grupos armados pró-Rússia torturam população, denuncia ONU

Torturas, desaparições forçadas, assassinatos e sequestros cometidos por insurgentes no leste da Ucrânia atingem também a população em geral, diz ONU

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2014 às 09h21.

Genebra - As violações de direitos humanos, como torturas, desaparições forçadas, assassinatos e sequestros cometidos pelos insurgentes pró-Rússia na região leste da Ucrânia não se limitam a ativistas, políticos e jornalistas e afetam também a população em geral, segundo denunciou nesta quarta-feira a ONU.

"O aumento da atividade criminosa com abusos de direitos humanos não se limita aos jornalistas, cargos eleitos, funcionários públicos ou ativistas da sociedade civil. Os sequestros, as detenções, os atos de maus tratos e torturas e as mortes cometidas pelos grupos armados afetam atualmente a população em geral das regiões do leste", constatou um informe do escritório de Direitos Humanos da ONU.

As Nações Unidas enviaram uma missão de 34 observadores para o leste da Ucrânia, que verificou uma "atmosfera de intimidação e medo constante" na região.

O relatório compreende o período entre 7 de maio e 7 de junho, mês em que "a situação continuou se degradando".

"A presença de indivíduos armados e de armas aumentou", tanto na região de Donetsk como em Lugansk, afirmou o relatório.

"Representantes da República Popular de Donetsk reconheceram a presença no interior de seus grupos armados de pessoas da Federação Russa", acrescentou o informe.

Segundo a ONU, parte dos russos são procedentes da Chechênia e de outras zonas do Cáucaso norte.

A situação no país obrigou milhares de pessoas a abandonarem seus lares nestas duas regiões, tanto por medo como por intimidações reais.

"Muitas pessoas deslocadas falam de ataques e de intimidação de ativistas, mas, no entanto, cada vez mais frequentemente, de cidadãos comuns conhecidos por sua posição pró-ucraniana", afirmou o texto.

Segundo os últimos dados da ONU, cerca de 20 mil pessoas já teriam fugido, número que pode aumentar para mais de 30 mil.

"Falamos de pessoas que fugiram, mas devemos falar também daquelas que gostariam mas são impedidas pelos grupos armados. Há muitas pessoas nesta situação", afirmou na entrevista coletiva para a apresentação do relatório Gianni Magazzeni, chefe da seção da Ásia Central do alto comissário da ONU para os Direitos Humanos.

Magazzeni informou sobre casos de pessoas que foram assassinadas a sangue frio em postos na fronteira apenas por tentar fugir dos combates.

*Atualizada às 09h20 do dia 18/06/2014

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