Mogadíscio - A milícia radical islâmica Al Shabab, da Somália, confirmou neste sábado a morte do líder da organização, Ahmed Abdi Godane, em um ataque aéreo dos Estados Unidos e escolheu Ahmed Omar, conhecido como Abu Ubaidah, como o novo chefe do grupo terrorista.
O porta-voz do Al Shabab, Ali Mohamud Rage, informou hoje em entrevista coletiva a morte de Godane, um dia depois que o Pentágono anunciou que o mesmo tinha sido vítima de um ataque com um avião não tripulado na última segunda-feira.
'Ahmed Godane construiu uma administração islâmica bem-sucedida no leste da África, nosso líder não se rendeu e nós não nos renderemos nunca', afirmou o porta-voz do grupo, conhecido como Ali Dhere.
Junto com o até então líder da milícia somali, outros cinco comandantes do alto escalão do Al Shabab morreram no ataque do drone americano, informaram à Agência Efe membros do grupo terrorista.
Entre os comandantes mortos estão o porta-voz militar do grupo, Abdicasis Abu Muscab; o responsável pelas finanças do Al Shabab, Hassan Afgoi Abu Ayman; o titular da unidade de inteligência e chefe militar, Abukar Nour; e o secretário de Godane, Sheik Ikrama.
O Al Shabab designou neste sábado Abu Ubaidah como novo líder do grupo radical, mas não sem algumas dissidências internas.
A morte de Godane acabou levando a uma luta pelo poder, na qual Ahmed Diriye Warsame, conhecido como Mahad Abdikarim, do clã Dir, reivindicou sua liderança após garantir que possui uma carta do falecido chefe na qual o mesmo o nomeava como sucessor, segundo as mesmas fontes.
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1. Onde não há paz
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1/18 (Khaled Khatib/AFP)
São Paulo - O Institute for Economics & Peace divulgou hoje (18) o seu novo ranking sobre a paz e a
guerra no mundo. O
Global Peace Index 2014 traz um relato dos países mais e menos pacíficos do mundo. A má notícia: o mundo está piorando. Os últimos sete anos - com o aumento de guerras civis, ataques de grupos terroristas e protestos - pioraram a situação, fazendo com que as últimas seis décadas de aumento da paz retrocedessem.
Entre os piores, os países da África e do Oriente Médio dominam. A Síria, que vive há quatro anos uma guerra civil, é a mais violenta. Mas há representantes europeus (como Rússia e Ucrânia) e latinoamericanos (como Colômbia) entre os menos pacíficos. O Brasil aparece em uma posição intermediária, em 91º. Ele é considerado "médio" na questão da paz. Já os países europeus são os mais pacíficos, com
Islândia no topo. Veja a seguir os 20 países menos pacíficos. Primeiro, a pontuação de cada um, de 1 a 5. Quanto maior o número, pior. Em seguida, quanto do PIB nacional é gasto por conta das guerras e conflitos.
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2. 1. Síria
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2/18 (ALEPPO MEDIA CENTRE/AFP)
A
Síria vivie uma sangrenta guerra civil desde 2011. O conflito de quatro anos já deixou mais de 150 mil mortos e mais de um milhão de refugiados. Bashar al-Assad se recusa a deixar o poder, lutando contra rebeldes divididos em vários grupos. Até armas químicas já foram usadas.
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3. 2. Afeganistão
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3/18 (Romeo Gacad/AFP)
Deteriorado por conflitos desde a guerra civil nos anos 1970 e a invasão soviética, o
Afeganistão piorou muito com a guerra americana em 2001, desencadeada pelos ataques de 11 de setembro. Osama Bin Laden já está morto desde 2011 (no Paquistão, aliás), mas tropas dos EUA continuam no país e grupos extremistas continuam a ganhar poder.
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4. 4. Iraque
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4/18 (Reprodução/Twiiter)
Destroçado pela ditadura de Saddam Hussein, o Iraque não melhorou após a invasão americana e a derrubada do ditador. Conflitos étnicos se intensificaram e grupos extremistas se fortaleceram, entre eles a Al Qaeda iraquiana e, agora o
EIIL.
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5. 6. Sudão
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5/18 (EBRAHIM HAMID/AFP/Getty Images)
O conflito interno no
Sudão continua, mesmo com a separação do Sudão do Sul. Há um outro grupo libertário rebelde, no norte. Eles disputam uma região rica em petróleo.
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6. 7. República Centro-Africana
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6/18 (Eric Feferberg/AFP)
A República Centro-Africana vive um conflito desde 2012, iniciado por conta de problemas não-resolvidos desde a guerra civil, anos antes. Rebeldes continuam a lutar com o governo criado no acordo de paz de 2007.
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7. 9. Paquistão
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7/18 (Sallah Jan/AFP)
Várias regiões do
Paquistão vivem em conflito, por conta da presença de grupos terroristas, como o
Taleban paquistanês. Ainda há conflitos com a Índia.
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8. 10. Coreia do Norte
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8/18 (Reuters/KCNA)
Apesar de não viver uma guerra civil ou uma guerra externa, o país, extretamente fechado, condiciona seus cidadãos a uma ditadura degradante, onde centenas de milhares estão pesos em campos de trabalho forçado. Execucões sumárias não são raras.
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9. 11. Rússia
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9/18 (Genya Savilov/AFP)
A
Rússia vive um conflito com a Ucrânia. Desde que Putin reconheceu o referendo na
Crimeia e anunciou que agora a região fazia parte da Rússia, nacionalistas ucranianos e separatistas pró-Rússia lutam em uma guerra civil sem prazo para acabar.
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10. 12. Nigéria
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10/18 (Afolabi Sotunde/Reuters)
O país nunca se recuperou totalmente da Biafra, a guerra civil que durou de 1967 a 1970.
Recentemente, o grupo terrorista Boko Haram intensificou a briga com forças do governo após sequestrar centenas de garotas.
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11. 13. Colômbia
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11/18 (ALEJANDRA PARRA / Bloomberg)
Com altos índices de roubos e assassinatos, a
Colômbia há muito tempo luta contra o narcotrático. Também, com as
Farc.
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12. 14. Israel
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12/18 (Baz Ratner)
Israel, desde sua criação, vive em conflito e tensão com seus vizinhos. São constantes os problemas na Faixa de Gaza, Cisjordânia e com a
Palestina.
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13. 15. Zimbábue
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13/18 (John Moore/Getty Images)
Robert Mugabe, que criou o novo país, nos anos 1970, continua até hoje no poder. Problemas políticos e disputas pelo poder ameaçam o país de uma guerra civil.
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14. 16. Iêmen
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14/18 (REUTERS/Stringer)
O
Iêmen mergulhou em uma grande revolta em 2011 e 2012, na Primavera Árabe. Mas o país é ameçado pela forte presença de grupos terroristas e da Al Qaeda.
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15. 18. Guiné-Bissau
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15/18 (STR/AFP/Getty Images)
O país vive em tensão desde um golpe de estado em 2012. O governo tenta se reestruturar após as revoltas.
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16. 19. Índia
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16/18 (REUTERS/Danish Ismail)
O país tem questões não resolvidas com a China e também com o Paquistão, por conta da Caxemira. Protestos são constantes por conta de vários problemas: ondas de estupro, morte de crianças por merendas escolares envenenadas.
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17. 20. Egito
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17/18 (AFP)
Após as revoltas da
Primavera Árabe, o governo criado não aguentou a continuidade dos protestos de diferentes grupos. O presidente Mohamed Mursi foi deposto. Além disso, a
Irmandade Muçulmana quer controlar o país e criar um estado islâmico.
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18. Agora veja onde podem ocorrer os próximos genocídios
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18/18 (Thaer Al Khalidiya/Reuters)
No entanto, a cúpula do Al Shabab negou a autenticidade da carta e escolheu Abu Ubaidah.
O porta-voz do Al Shabab encorajou os clãs e mujahedins da Somália a apoiarem a jihad contra os infiéis na África Oriental.
'Defendemos nossa terra dos estrangeiros. Mujahedins, vocês estão defendendo os fiéis, somos milhares de soldados, incluindo cidadãos e estrangeiros. Todos devem estar dispostos a morrer por Alá', clamou.
O porta-voz do Al Shabab afirmou que o grupo jihadista somali se mantém alinhado com a Al Qaeda.
Godane, de 37 anos, foi um dos fundadores do Al Shabab e era o líder do grupo terrorista desde 2008, quando um ataque aéreo americano matou o então comandante, Aden Hashi Ayrow.
Foi Godane quem reivindicou, há um ano, a autoria do sangrento atentado contra o shopping Westgate de Nairóbi, a capital do Quênia, no qual morreram 67 pessoas.
Segundo o Pentágono, sua morte representa um 'duro golpe' contra essa milícia ligada à Al Qaeda.
O Al Shabab, que luta para instaurar um Estado islâmico radical na Somália, foi incluído em março de 2008 na lista de organizações consideradas terroristas pelo governo americano.
A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, o que deixou o país sem um governo efetivo e nas mãos de milícias islamitas, chefes tribais e grupos de criminosos armados.
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1. Mundo em guerra
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1/10 (REUTERS/Hosam Katan)
São Paulo - Um estudo recente do
Institute for Economics & Peace constatou o que já era perceptível: o mundo está piorando. Guerras, revoltas e ataques terroristas ao redor do mundo deterioraram a situação da paz de 2008 para cá, fazendo com que os avanços dos últimos 60 anos retrocedessem. Enquanto 8% da população (mais de meio bilhão de pessoas) vive em países com muita violência, 5,5% vive nos poucos países com um alto índice de paz. Veja a seguir 10 fatos do
Global Peace Index que mostra que a paz está cambaleante:
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2. 3.
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2/10 (Omar Sobhani/Reuters)
8% da população mundial (560 milhões de pessoas) vive nos 11 países mais violentos do mundo. Entre os piores, estão
Síria,
Afeganistão, Sudão do Sul,
Iraque e
Somália.
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3. 4.
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3/10 (Getty Images)
Já 5,5% da população mundial (385 milhões de pessoas) vive nos países considerados com “alto índice” de paz. 7 dos 10 países mais pacíficos do mundo estão na Europa, como
Islândia e
Dinamarca.
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4. 5.
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4/10 (Marcos Brindicci/Reuters)
A
Argentina está inclusa na lista dos dez países que, nos próximos dois anos, mais verão sua situação deteriorar. Outros são Zâmbia, Haiti, Chade, Bósnia e Herzegovina, Nepal, Burundi, Geórgia, Libéria e Catar.
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5. 6.
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5/10 (REUTERS/Andreea Campeanu)
500 milhões de pessoas vivem em países com alta instabilidade e riscos de conflito. 200 milhões dessas estão abaixo da linha da pobreza.
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6. 7.
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6/10 (Reuters)
Desde 2008, 111 países pioraram, se tornando mais violentos. Ao mesmo tempo, apenas 51 países melhoraram, se tornando mais pacíficos.
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7. 8.
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7/10 (Maxim Zmeyev/Reuters)
28 países têm um "índice de paz muito alto". Na contramão, 17 países têm um índice considerado baixo; e 11 um índice muito baixo. A maioria dos países tem um índice de paz mediano.
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8. 9.
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8/10 (REUTERS/Ricardo Moraes)
Riqueza não é sinônimo de paz. Veja o caso dos 10 países mais ricos do mundo:
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9. 10.
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9/10 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Por região, os melhores e piores:
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10. Agora conheça os maios violentos
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10/10 (REUTERS/Nour Fourat)